Dentre outros, os valores de admiração e amor-próprio são os mais importantes. Perdeu-se um pouco, pelo percurso, a alegria em contemplar o outro e a si, genuinamente.
Em tempos assim, a impressão que se tem é a de que há disputa por mais e mais críticos vorazes. Os que falam mais alto e apontam circunstâncias, eventos ou pessoas, em estado de decadência moral, saem disparados, na frente dos demais.
Ainda que valesse cercar-se por alguma “bolha”, muito pouco mudaria do habitual e contundente inconsciente coletivo.
Ah, e por falar nele, vem que vem forte e destruidor de alguns progressos, pairando, inclusive, no país. Insegurança, ódio, desamparo e avarezas dominam as matérias divulgadas à nação.
Quando se busca noticiário, na rede mundial de computadores, em português, e espreme, pode sair sangue, lágrima ou doses de angústia.
Daí, é preciso questionar-se o quão disposto o indivíduo está em cooperar com tudo isso, dando sua atenção e seu foco aos comunicados nacionais ou regionais.
Se muita coisa difere de antes, pode ser que, em algum momento, foi dado um gosto de esperança. O que, genuinamente, parece menos com as convenções reais e mais com as emoções nacionais.
Entender-se como supremo ato de egoísmo o alheamento de tantos ataques e contra-ataques é coragem de optar por não avaliar ou julgar os outros, para poder viver uma experiência maravilhosa. Dura alternativa que dá alívio momentâneo a quem pode.
A montanha-russa argumentativa ganha relevo, sempre que uma nota nova é transmitida e o importante permanece sendo manter os minutos da atenção popular. A qual fim não importa.
Vez ou outra, lê-se algo com intuito de separar, apartar, enfraquecer o nacionalismo, já tão debilitado, na história brasileira.
Outro dia, foi propagado que uma parte da população nacional deveria ser penalizada, porque outra parcela estava em estado de necessidade. Uau!
O mesmo raciocínio poderia ser usado, assim:
“Eu me sinto culpado por desfrutar de boa saúde. Por isso decidi ficar doente nas próximas duas semanas para permitir que um doente possa usar minha parcela de saude”.
De fato, compreender que o pacto pessoal de cada brasileiro é, em si, sua sentença, não afasta as ocorrências biopsicossociais dos nacionais.
Todavia, corroborar intencionalmente, em intensidade, tempo e emoção com cada alucinação falada, contada e articulada por aqui, foge, em muito, de desejar crescer em sanidade, bom ânimo e alegria- coisas que deveriam se manter no top dez das exibições midiáticas.
E, aí sim, o mais valioso acordo social da imprensa -qualquer que seja ela, com o povo, expressaria desejo por assuntos de porções graduadas e racionais, em nome de contentamento, deleite e satisfação, bem distantes do usual pão e circo.