É a perda involuntária de urina após um esforço, como tosse, espirro ou ao carregar peso e/ou durante uma atividade física, que atinge de 15 a 60% das mulheres, principalmente após os 40 anos.
2. O que é considerado como fator de risco para desenvolver essa perda de urina?
Os fatores que devem ser pesquisados na avaliação clínica da paciente são:
A) Idade: Há aumento significativo a partir dos 40 anos
B) Menopausa:
C) Paridade: Quanto maior número de partos, principalmente o parto vaginal, maior chance de IUE.
D) Obesidade.
E) Doenças respiratórias crônicas: Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
F) Constipação intestinal crônica (prisão de ventre).
G) Existência de cirurgias ginecológicas prévias.
H) Diabetes Mellitus.
3. O que se encontra no exame ginecológico dessas pacientes?
No exame físico ginecológico é feito uma avaliação genital, para caracterizar a presença de prolapsos genitais (popularmente conhecido como bexiga ou útero baixo) e fazer o teste de esforço para visualizar uma possível perda de urina.
4. Qual o exame complementar de escolha para fazer o diagnóstico de IUE?
O estudo urodinâmico é um exame computadorizado para avaliar funcionamento da bexiga e uretra, cujo resultado leva ao diagnóstico das várias formas de disfunção urinária e tem grande importância para conduta médica.
5. Qual o tratamento para pacientes diagnosticadas com essa doença?
Em relação ao tratamento da IUE, temos duas opções: Clínico ou cirúrgico.
O tratamento clínico é realizado através de fisioterapia do assoalho pélvico através de uma combinação de técnicas para fortalecimento da musculatura vaginal. Os resultados são muito satisfatórios, após pelo menos 3 meses, com taxa de cura/melhora em torno de 50 a 60%
Outra opção que vem ganhando espaço e com resultados animadores, é o uso laser vaginal ou radiofrequência vaginal, com objetivo de aumentar produção de colágeno da região pélvica e assim permitir maior controle urinário e melhora da atrofia genital e uretral.
O tratamento cirúrgico é uma arma poderosa e que deixamos como segunda opção de tratamento, ou seja, após falha do tratamento clinico.
Existe basicamente duas técnicas recomendadas pelas sociedades médicas para correção cirúrgica da IUE: Cirurgia Burch e Slings (sintéticos ou com tecido nativo). A escolha da melhor técnica depende de uma criteriosa avaliação médica e sempre com o aceite da paciente, após orientação dos riscos, benefícios e taxa de cura/melhora a médio e longo prazo.
6. Faça suas considerações finais.
A perda urinária aos esforços, é uma doença freqüente e limitante, que muitas vezes causa afastamento social em suas portadoras (por exemplo: limitação de viajar ou de frequentar lugares), além de problemas sexuais e emocionais.
Cabe ao ginecologista durante a consulta médica, interrogar suas pacientes sobre essas queixas, pois estudos mostram que muitas pacientes por vergonha, omitem de seus médicos a queixa de perda urinária.
É fundamental que todas as mulheres que possuem esse problema, procure seu ginecologista, para que ele possa realizar o tratamento especializado e dessa maneira obter a cura ou uma melhora significativa.
Convidado
Dr. Aljerry Dias do Rego.
Médico ginecologista. Professor do curso de Medicina da Unifap.
Mestre em ginecologia pela USP.
Membro da comissão de uroginecologia da Febrasgo.
Contatos: [email protected]
Instagram: @aljerryrego