Observações recentes nas organizações internas dos municípios amapaenses, constatou-se que sequer conseguem executar os parcos orçamentos. As receitas são desperdiçadas ante a clara falta de investimento em ambientes de inovação e tecnologia. Os recursos humanos, apartados dessa realidade, patinam em modelos de gestão arcaicos e improdutivos que conduzem os municípios a péssimos indicadores no desenvolvimento social. Segundo o executivo do setor público, Otávio Fonseca, ex-secretário adjunto de planejamento do Governo do Estado, os números dos desperdícios financeiros nos municípios amapaenses são assustadores, consequência da falta de investimento em inovação e tecnologia. Sem o fomento a esses ambientes – assevera – será difícil sair dessa realidade.
Rafael Pontes, ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Amapá, militante qualificado na área, docente da Universidade Federal do Amapá, alerta que a criação de centros de tecnologia e inovação é a saída para esse gargalo nos entes públicos. Para ele, a chave para o desenvolvimento é o investimento pesado em inovação e tecnologia e tem trabalhado para fomentar ambientes de estímulo à inovação por meio de políticas públicas que favoreçam o empreendedorismo e a criação de polos de tecnologia, distritos de inovação, parques tecnológicos e incubadoras de empresas. Daniel Chaves, ex-secretário de Ciência e Tecnologia do município de Santana, docente da Universidade Federal do Amapá, comunga do mesmo entendimento e estimula ações para que a inovação e tecnologia se consolide como uma agenda prioritária do município, sempre prestigiando a parceria acadêmica.
A realidade dos municípios amapaenses impõe aos prefeitos uma perfeita sintonia com essa necessidade de implantar ambientes de inovação e tecnologia. Hoje o grande desafio dos gestores é estimular networks com as organizações que desenvolvem ações para gerar o desenvolvimento com a utilização dessas ferramentas. Outro desafio é reservar investimento para atrair experts no assunto por intermédio de consultorias qualificadas. Sem inovação e tecnologia o risco de se continuar jogando dinheiro público pelo ralo, sacrificando o cidadão é grande. A sirene toca de forma estridente para que prefeitos, seus colaborares e stakeholders se inclinem para pautar seriamente a inovação e tecnologia como ferramentas indeclináveis para a implementação de políticas que estimulem o desenvolvimento nos municípios.