Um ataque a tiros deixou 16 mortos, sendo 15 vítimas e um dos suspeitos, e 40 feridos na praia de Bondi, em Sydney, no domingo (14), durante as celebrações do festival judaico de Hanukkah. O caso foi classificado pelas autoridades como ato terrorista e segue sob investigação.
O atentado ocorreu em uma das áreas mais movimentadas e turísticas da cidade e provocou pânico entre frequentadores da praia e participantes do evento religioso. A polícia isolou a região, mobilizou equipes antiterrorismo e reforçou a segurança em outros pontos de Sydney enquanto apura a motivação do ataque e a possível existência de ameaças associadas.
Como ocorreu o ataque?
O atentado aconteceu na praia de Bondi, um dos locais mais movimentados de Sydney, no primeiro dia das celebrações de Hanukkah. O comissário de polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, afirmou que o episódio foi oficialmente tratado como um “incidente terrorista”.
Segundo autoridades estaduais, o ataque teria sido planejado para atingir especificamente a comunidade judaica da cidade. O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, declarou que há indícios de que esse grupo era o alvo principal.
A polícia informou que um objeto “que se acredita ser um artefato explosivo” foi retirado de um carro estacionado próximo à praia. Outros itens suspeitos também foram encontrados e passaram por análise de equipes especializadas.
Apesar do ataque, o diretor-geral da agência de inteligência australiana (ASIO), Mike Burgess, afirmou que o nível de ameaça terrorista no país permanece classificado como “provável”, o que indica cerca de 50% de chance de ocorrência de novos atos terroristas.
Quantas pessoas morreram e quantas ficaram feridas?
Ao todo, 16 pessoas morreram no ataque, sendo 15 vítimas e um dos suspeitos, que foi morto durante confronto com a polícia.
As vítimas tinham entre 10 e 87 anos. A mais jovem, uma menina, chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu. Entre os mortos estão o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, nascido em Londres, e um cidadão israelense.
O número de feridos chegou a 40 pessoas, que foram atendidas em diferentes hospitais de Sydney. Dois policiais ficaram feridos, e o estado de saúde deles e dos demais feridos foi considerado grave. Um colaborador do Jerusalem Post, Arsen Ostrovsky, também ficou ferido.
O Ministério das Relações Exteriores informou que, até o momento, não há registro de brasileiros entre as vítimas.
Quem são os suspeitos do ataque?
De acordo com a polícia, os suspeitos são pai e filho. O pai, de 50 anos, possuía licença para armas e morreu após trocar tiros com agentes de segurança. O filho, de 24 anos, foi detido com ferimentos graves, mas está em condição estável.
Após a ação, a polícia afirmou que não há indícios da participação de um terceiro suspeito no ataque.
Repercussão
O ataque gerou condenação internacional. O premiê da Austrália, Anthony Albanese, classificou o atentado como um “ato de antissemitismo perverso” direcionado à comunidade judaica da Austrália e afirmou que o país jamais se submeterá à “divisão, à violência ou ao ódio”.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, declarou que “o antissemitismo não tem lugar neste mundo”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o episódio como um “ataque hediondo e mortal”.
A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, afirmou que “terrorismo, antissemitismo, violência e ódio não têm lugar na Austrália”. Após o atentado, autoridades do Reino Unido anunciaram que irão reforçar o policiamento em comunidades judaicas.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, classificou o ocorrido como “um cruel ataque a judeus cometido por terroristas”.
Houve ato de heroísmo?
Ahmed al Ahmed, um vendedor de frutas de 43 anos, foi citado por autoridades australianas como um “herói genuíno” após conseguir desarmar um dos atiradores. Um vídeo mostra a ação de Ahmed para conter o autor do ataque (veja abaixo).
Ele foi atingido por dois disparos, um no braço e outro na mão, passou por cirurgia e se recupera no hospital. Ahmed apareceu em uma foto ao lado do primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, estado onde fica Sydney, nesta segunda-feira (15).
Contexto histórico
Ataques a tiros em massa são raros na Austrália. O episódio mais grave anterior ocorreu em 1996, no massacre de Port Arthur, na Tasmânia, quando 35 pessoas foram mortas. O caso levou o país a adotar leis mais rígidas sobre o controle de armas.
O que ainda falta esclarecer?
- A motivação detalhada dos suspeitos;
- Se havia outros alvos planejados;
- A natureza exata do artefato explosivo encontrado;
- Se houve falhas de segurança antes do ataque.
Fonte: G1

