Steve Bannon disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está aborrecido com o processo contra Jair Bolsonaro e deve impor sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O ex-assessor do líder republicano falou sobre o caso em entrevista ao UOL publicada nesta terça-feira (8).
Segundo o relato de Bannon, o presidente americano considera “inaceitável” o julgamento do aliado brasileiro, que é réu por suposta tentativa de golpe de Estado, entre outras ações na Justiça. Trump estaria convencido sobre as sanções a Moraes. “Acredito que isso virá em semanas”, disse o ex-assessor.
Donald Trump defendeu Jair Bolsonaro publicamente na sua rede, a Truth Social, na segunda-feira. O post não menciona diretamente as ações judiciais contra o ex-presidente, mas afirma que ele seria vítima de uma “caça as bruxas”. O termo era usado com frequência por Trump para se referir aos processos que enfrentou antes de retornar à presidência.
“Estarei assistindo a caça às bruxas de Jair Bolsonaro, de sua família e de milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil — isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz!”, escreveu Trump.
Bannon se disse surpreso que Trump tenha encontrado tempo para a declaração, destacando que isso demonstra a insatisfação do presidente americano.
“Acho que a manifestação mostra que o presidente Trump está totalmente ciente do que está acontecendo. Ele está muito aborrecido com isso. E eu acredito que haverá severas sanções financeiras contra Moraes. Há dezenas de pessoas trabalhando nisso, tanto no Executivo quanto no Congresso”, afirmou.
Anteriormente, o Secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes poderia ser alvo de sanções dos EUA com base na Lei Magnitsky, que visa punir estrangeiros acusados de violações de direitos humanos.
Rubio foi questionado sobre essa possibilidade em audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA, em maio, e respondeu que o caso estava sob análise.
Fonte: CNN Brasil