A China lançou foguetes ao redor de Taiwan pelo segundo dia de exercícios militares, em uma simulação de bloqueio de áreas estratégicas, com ataques a alvos no mar, na manhã desta terça-feira (30/12).
O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan informou que detectou 130 aeronaves chinesas.
Segundo o governo de Taiwan, o braço armado da China, o Exército de Libertação Popular (ELP), está ao redor da ilha, com 14 embarcações da Marinha. Das 130 aeronaves detectadas, 90 cruzaram a linha mediana e entraram nas Zonas de Identificação de Defesa Aérea (Adiz) do norte, centro, sudoeste e leste de Taiwan.
O ministro da Defesa de Taiwan, Wellington Koo, escreveu na rede social X que as “ações provocativas” da China “ameaçam a estabilidade regional e o tráfego civil”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, alegou que os exercícios militares são ações punitivas e de dissuasão contra “forças separatistas que buscam a independência de Taiwan”.
As tensões entre China e Taiwan se intensificaram nas últimas semanas após um comentário feito pela primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, que afirmou que Tóquio reagirá militarmente caso a China avance sobre Taiwan, o que provocou uma prolongada discussão diplomática entre os dois países.
China x Japão
- A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, se tornou o centro das atenções ao declarar que Tóquio reagirá militarmente caso a China avance sobre Taiwan, ocasionando uma longa discussão diplomática entre ambos os países.
- Durante uma sessão no Parlamento japonês, a premiê foi questionada sobre ameaças à segurança do país. Ela afirmou que um bloqueio naval chinês a Taiwan, caso envolva ações militares, poderia representar um risco à sobrevivência do Japão, que teria de usar a força para se defender.
- O governo chinês não reagiu bem aos comentários de Takaichi. O Ministério das Relações Exteriores da China exigiu que ela retirasse as declarações sobre Taiwan.
O braço armado da China afirmou ter mobilizado armamentos militares, incluindo drones e mísseis de longo alcance, nas proximidades da ilha.
A movimentação chinesa ocorre após os Estados Unidos aprovarem um pacote de venda de armas para Taiwan, avaliado em mais de US$ 11,1 bilhões, que reforça a capacidade de defesa da ilha. O acordo é considerado o maior já destinado ao território.
O pacote inclui obuseiros autopropulsados e equipamentos como sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade, sistemas de mísseis guiados por fio com rastreamento óptico e lançados por tubo, além de software, aparelhos e serviços para rede de missão tática. A China se manifestou contra a venda.
Fonte: Metrópoles

