O Hamas anunciou, nesta segunda-feira (18/8), que aceitou a proposta de cessar-fogo apresentada pelos mediadores do Egito e do Catar. O acordo inclui a suspensão das operações militares na Faixa de Gaza por 60 dias, além da troca de metade dos reféns israelenses mantidos pelo grupo por prisioneiros palestinos.
A informação foi confirmada por Basem Naim, alto funcionário do Hamas, em publicação no Facebook. “O movimento deu sua aprovação à nova proposta apresentada pelos mediadores”, afirmou.
Segundo uma fonte oficial egípcia ouvida pela mídia internacional, o plano é visto como um possível caminho para um acordo abrangente que encerre a guerra de quase dois anos.
Israel ainda não se pronunciou sobre a proposta. De acordo com pessoas próximas às negociações, o texto é praticamente idêntico a uma versão apresentada anteriormente pelo enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, que já havia recebido aval de Tel Aviv.
Após a divulgação da decisão do Hamas, o chanceler do Egito, Badr Abdelatty, declarou que o país está disposto a integrar uma força internacional em Gaza, desde que o envio seja respaldado por resolução do Conselho de Segurança da ONU. O ministro também reforçou que o Egito apoiará iniciativas em prol da criação de um Estado palestino.
Nova ofensiva de Israel
Apesar dos avanços nas negociações, Israel aprovou nos últimos dias um plano para intensificar sua ofensiva militar. O Exército informou que dará início à ocupação da Cidade de Gaza, a mais populosa do território palestino.
O chefe do Estado-Maior, tenente-general Eyal Zamir, confirmou que recebeu ordem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, embora tenha manifestado discordância quanto à expansão da operação.
A decisão ocorre em meio à pressão internacional contra a condução da guerra, que já deixou mais de 61,5 mil palestinos mortos e restringiu drasticamente a entrada de ajuda humanitária. A morte de seis jornalistas na Faixa de Gaza, cinco deles da emissora Al Jazeera, também aumentou as críticas à atuação israelense.
O conflito começou em outubro de 2023, após um ataque do Hamas que matou 1.219 pessoas em Israel.
Fonte: Metrópoles