A produção e a circulação de itens falsificados preocupam, como nunca, a indústria da moda, especialmente em um momento em que o mercado de luxo enfrenta queda geral nas vendas e nos lucros. As reproduções são cada vez mais realistas, a ponto de as procedências passarem despercebidas até mesmo aos olhos do consumidor mais atento. Contudo, tecnologias de inteligência artificial (IA) podem ajudar no processo de autenticação de itens de moda, por meio de atributos inusitados — como o cheiro.
Vem entender!
Já existem diversos projetos que buscam usar a tecnologia para a autenticação na moda, mas um chama a atenção pelo método adotado. Estamos falando da Osmo, startup que se diferencia por usar o cheiro para determinar se um tênis é original ou falsificado, com ajuda da inteligência artificial.
O processo é possível pois os calçados, diferentemente de outros itens do vestuário, são produzidos com uma variedade de componentes e materiais tratados quimicamente, que exalam aromas específicos. Não são cheiros facilmente perceptíveis ao olfato humano (apesar de pessoas já fazerem esse trabalho há anos), mas a sensibilidade da inteligência artificial consegue classificá-los e diferenciá-los, de acordo com a maneira como foram programados.
Em experimentos com a tecnologia, a startup trabalhou com produtos de um conhecido fornecedor de réplicas. Ao analisar dois modelos de tênis Nike, comparando 10 pares originais e 10 falsificados, os sensores baseados em inteligência artificial tiveram 95% de precisão na diferenciação.
Para alcançar a porcentagem, o sistema precisou receber grandes quantidades de amostras do cheiro original, para treinar a IA. Os resultados iniciais são surpreendentes, mas ainda há um longo caminho de catalogação de diferentes marcas, produtos e odores, para que a tecnologia possa ser usada mais amplamente por fabricantes, vendedores e consumidores.
Inteligência artificial na moda
Desta vez, a inteligência artificial se prova, entre polêmicas e resistências, benéfica para a indústria, ao permitir que marcas e consumidores identifiquem itens falsos com precisão. Na moda, essa inovação chega no momento em que réplicas são cada vez mais realistas e o mercado de luxo se encontra em queda de vendas. Isso pode significar uma esperança para o mercado, mas, acima disso, reflete as amplas possibilidades de uso da inteligência artificial na moda.
Com informações do Metrópoles