O ex-ministro dos Transportes da Rússia, Roman Starovoit, cometeu suicídio nesta segunda-feira (7), poucas horas após o presidente russo, Vladimir Putin, demiti-lo do cargo, informaram autoridades.
Starovoit foi demitido por Putin na manhã desta segunda-feira. O decreto anunciando sua demissão foi publicado no site oficial do governo russo, com seu vice, Andrey Nikitin, nomeado ministro interino.
Questionado por repórteres sobre os motivos da demissão de Starovoit, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou que tenha sido por “falta de confiança”, mas não apresentou nenhuma justificativa alternativa.
O Comitê Investigativo da Rússia afirmou em um comunicado que o corpo de Starovoit foi encontrado em um carro em Odintsovo, um subúrbio de Moscou.
Ele tinha um ferimento à bala, informou o comitê. As circunstâncias de sua morte estão sendo investigadas, mas a “teoria principal é suicídio”.
Antes de se tornar ministro em maio de 2024, Starovoit era governador da região de Kursk, no sul da Rússia. Embora tenha deixado o cargo antes da incursão surpresa da Ucrânia, ele foi parcialmente responsabilizado por falhas de segurança na região russa.
A demissão ocorreu em meio a uma interrupção de vários dias nas viagens aéreas na Rússia.
A Agência Federal Russa de Transporte Aéreo informou que 485 voos foram cancelados, 88 foram desviados e 1.900 sofreram atrasos durante o fim de semana e até esta segunda-feira (7).
Ainda segundo o órgão, os cancelamentos se devem a “interferência externa”, sem fornecer detalhes. Mas o Ministério da Defesa russo afirmou que mais de 400 ataques ucranianos de longo alcance foram interceptados no mesmo período.
O exército ucraniano afirmou que também atacou uma fábrica de produtos químicos em Krasnozavodsk, ao norte de Moscou, na manhã desta segunda-feira. As forças alegaram que o local fabrica “dispositivos pirotécnicos e munições, incluindo ogivas termo báricas para drones do tipo Shahed”.
Mais uma noite mortal na Ucrânia
Pelo menos 12 civis foram mortos e mais de 90 ficaram feridos em ataques russos em toda a Ucrânia nas 24 horas até o meio da manhã de segunda-feira (7), segundo autoridades ucranianas.
Pelo menos 29 pessoas, incluindo três crianças de 3, 7 e 11 anos, ficaram feridas quando drones russos atingiram um prédio residencial, um jardim de infância e uma área comercial às 6h da manhã, horário local, desta segunda-feira (00h, no horário de Brasília), em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.
Pelo menos mais 17 pessoas, incluindo um adolescente, ficaram feridas quando a mesma cidade foi novamente atingida por drones somente cinco horas depois, segundo o prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov.
A Força Aérea Ucraniana informou que Moscou disparou quatro mísseis terra-ar e 101 drones do tipo Shahed contra a Ucrânia nas últimas 24 horas, acrescentando que abateu 75 disposotivos, seja por abate ou por interferência.
As Forças Terrestres da Ucrânia informaram na segunda-feira que dois de seus escritórios de recrutamento foram atingidos por drones russos, o mais recente de uma série de incidentes semelhantes.
Seis escritórios de recrutamento em todo o país foram atacados por drones russos em pouco mais de uma semana, informaram as Forças Terrestres em um comunicado, acrescentando que acreditam que a Rússia esteja atacando os escritórios na tentativa de interromper o processo de alistamento militar ucraniano.
Pelo menos duas pessoas morreram e mais de uma dúzia ficaram feridas nesses ataques, segundo o comunicado.
Fonte: CNN Brasil