Os líderes da Otan apoiaram nesta quarta-feira (25) um grande aumento nos gastos com defesa e reafirmaram seu compromisso de se defenderem mutuamente de ataques, após uma breve cúpula feita sob medida para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em uma breve declaração, a Otan endossou uma meta de gastos com defesa mais alta, de 5% do PIB, até 2035 — uma resposta a uma exigência de Trump e aos temores dos europeus de que a Rússia represente uma ameaça crescente à sua segurança após a invasão da Ucrânia em 2022.
“Reafirmamos nosso compromisso férreo com a defesa coletiva, conforme consagrado no Artigo 5 do Tratado de Washington — que um ataque a um é um ataque a todos”, informou o comunicado, depois que o líder americano gerou preocupação na terça-feira (24) ao dizer que havia “inúmeras definições” da cláusula.
Porém, pouco antes da abertura da cúpula, Trump disse sobre os outros membros da Otan: “Estamos com eles até o fim”.
Aumento de centenas de bilhões
A aliança de 32 nações, por sua vez, atendeu a um apelo de Trump para outros países aumentarem os gastos com defesa para reduzir a dependência da Otan em relação aos Estados Unidos.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, reconheceu não ser fácil para os países europeus e o Canadá encontrarem o dinheiro extra, mas disse ser vital fazer isso.
“Meus colegas na mesa de negociações estão absolutamente convencidos de que, dada a ameaça dos russos e a situação da segurança internacional, não há alternativa”, declarou o ex-primeiro-ministro holandês aos repórteres em sua cidade natal, Haia.
A nova meta de gastos — a ser alcançada nos próximos 10 anos — representa um salto de centenas de bilhões de dólares por ano em relação à meta atual de 2% do PIB, embora seja medida de forma diferente.
Os países gastariam 3,5% do PIB em defesa básica — como tropas e armas — e 1,5% em medidas mais amplas relacionadas à defesa, como segurança cibernética, proteção de gasodutos e adaptação de estradas e pontes para suportar veículos militares pesados.
Todos os membros da Otan apoiaram uma declaração que consagra a meta, embora a Espanha tenha declarado que não precisa atingir a meta e que pode cumprir seus compromissos gastando muito menos.
Rutte contesta isso, mas aceitou um acordo diplomático com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, como parte de seus esforços para dar a Trump uma vitória diplomática e fazer com que a cúpula transcorra sem problemas.
A Espanha disse nesta quarta-feira (25) que não esperava que sua posição tivesse qualquer repercussão.
Fonte: CNN Brasil