A Ucrânia lançou neste domingo (1º/6) um ataque de drones em “grande escala” contra bombardeiros militares russos na Sibéria, atingindo mais de 40 aviões de guerra a milhares de quilômetros de seu próprio território, disse uma autoridade de segurança.
Confirmado, esse seria o ataque de drones mais devastador da Ucrânia na guerra contra a Rússia até o momento, em meio a uma escalada nas incursões transfronteiriças antes das negociações de paz planejadas para esta segunda-feira (2/6) em Istambul.
“Os serviços de segurança ucranianos estão realizando uma operação especial em larga escala com o objetivo de destruir bombardeiros inimigos longe da frente de batalha, na Rússia”, disse a autoridade, citada pela Agence France-Presse, acrescentando que um incêndio havia ocorrido na base aérea de Belaya, alvo do ataque.
Negociações de paz
- Na última rodada de diálogos, mediada pelo governo turco, os representantes de Moscou e Kiev não chegaram a um consenso.
- Nos últimos dias, o Kremlin afirmou que uma lista de exigências para um possível cessar-fogo está sendo preparada.
- Um telefonema entre o líder russo, Vladimir Putin, e o presidente norte-americano, Donald Trump, deu início a nova rodada de negociações para uma possível trégua na guerra que perdura três anos no Leste Europeu.
- Durante a conversa, Putin propôs a elaboração de um memorando com pontos-chave para um possível tratado de paz.
- A proposta incluiria os princípios de uma solução negociada, o momento adequado para a implementação e a possibilidade de um cessar-fogo temporário, caso haja consenso entre as partes.
A autoridade, que falou sob condição de anonimato, disse que os ataques foram conduzidos pela agência de inteligência doméstica ucraniana SBU e atingiram simultaneamente quatro bases aéreas militares russas.
Segundo ele, as aeronaves atingidas incluíam bombardeiros Tu-95 e Tu-22, que a Rússia usa para disparar mísseis de longo alcance contra a Ucrânia.
Separadamente, a Força Aérea Ucraniana afirmou que a Rússia lançou 472 drones durante a noite desse sábado, no maior ataque noturno da guerra até o momento, além de sete mísseis.
Desabamento de pontes em região de fronteira
O ataque ocorreu quando investigadores russos disseram acreditar que “explosões” causaram o desabamento de duas pontes nas regiões fronteiriças de Kursk e Bryansk durante a noite desse sábado (31/5), descarrilando trens, matando pelo menos sete pessoas e ferindo dezenas.
O Comitê Investigativo da Rússia, a principal agência de investigação criminal do país, disse em um comunicado que as explosões causaram o colapso das duas pontes, mas não deu mais detalhes. “Os incidentes relatados foram classificados como atos de terrorismo”, disse Svetlana Petrenko, porta-voz do Comitê Investigativo.
Reunião em Istambul
Pelas redes sociais, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse estar se preparando para novas medidas diplomáticas em conjunto com os parceiros na Europa e, principalmente, nos Estados Unidos.
“De fato, estamos em contato quase diariamente com todos que podem tornar a diplomacia significativa”, afirmou ele. “Até o momento, não há informações claras sobre o que exatamente os russos planejam levar a Istambul. Nós não temos, a Turquia não tem, e nem os Estados Unidos ou outros parceiros. E, neste momento, parece longe de ser algo sério.”
Zelensky completou: “É claro que todos no mundo querem que a diplomacia funcione e que um cessar-fogo de fato aconteça. Todos querem que a Rússia pare de brincar com a diplomacia e acabe com a guerra. Todos querem uma paz séria – e a Rússia deve concordar com isso”.
Por fim, ele disse esperar que o lado americano seja decisivo na questão das sanções.
Fonte: Metrópoles