Sócia de cinco endereços no centro da capital paulista, Janaína Torres oi eleita nesta quinta (21)
a melhor chef mulher do mundo pelo World’s 50 Best, ranking especializado do setor.
“Ela não apenas lidera a cozinha d’A Casa do Porco, em sua cidade natal, mas também comanda uma série de outros negócios de hospitalidade, além de atuar em questões como educação alimentar e inclusão social”, diz o site da organização.
A premiação é a mesma que publica a lista de melhores restaurantes do mundo e da América Latina —o endereço comandado pela chef, A Casa do Porco, figura nas 12º e 4º posições, respectivamente.
O primeiro negócio aberto por ela foi, no entanto, o Bar da Dona Onça, no Copan, em 2008. Naquele momento da história de São Paulo, fazer investimentos pesados em uma estrutura de restaurante no centro era raridade. Janaína resolveu, entretanto, apostar na região em que cresceu.
Isso acabou se tornando uma das marcas de seus negócios ao lado do sócio e também chef Jefferson Rueda, com quem foi casada e divide o comando dos cinco negócios nos arredores da República —eles também comandam a lanchonete Hot Pork, a Sorveteria do Centro e o restaurante Merenda da Cidade.
Os dois se conheceram quando Janaína trabalhava para uma empresa francesa de vinhos e Jefferson comandava a cozinha do restaurante italiano Pomodori, no Itaim Bibi. Tiveram dois filhos, que vêm se enveredando pelo o trabalho dentro da cozinha.
“Com essa premiação, o Brasil se torna protagonista com seus produtos, seus biomas, sua cultura e diversidade”, disse ela à reportagem, após o anúncio. “Ele também gera polêmica por ser um prêmio feminino, cutuca feridas, fala sobre incômodos, realidade.”
Aberta em 2015, A Casa do Porco ganhou fama pela pesquisa sobre raças e cortes suínos, que antes eram tidos como de categoria inferior.
Para além do trabalho dentro da cozinha, Janaína Torres se tornou conhecida por sua atuação em causas como a das merendas escolares e da segurança alimentar —trabalho feito durante a pandemia para ajudar moradores de rua na região central da cidade.
“A situação é muito crítica, a desigualdade é imensa”, diz. “Mesmo assim, o centro de São Paulo hoje é quem acolhe tantas pessoas. E muitas vezes essa ajuda acontece aqui; em outros bairros é mais difícil.”
No caso da merenda, ela foi convidada em 2016, durante a gestão do então governador Geraldo Alckmin, para reformular em caráter voluntário os menus da rede estadual, dando preferência a alimentos in natura e evitando ultraprocessados —em conformidade com o Guia Alimentar para a População Brasileira.
O projeto chegou a ser implantado em cerca de 2.000 colégios da capital e da Grande São Paulo, mas os menus acabaram sendo substituídos em governos posteriores.
Com informações Folha de São Paulo