O Juizado da Violência Domestica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Santana, encerrou a quarta fase do Projeto Transformando Trajetórias, que tem como público-alvo homens em cumprimento de medidas protetivas. Nesta edição, 11 homens concluíram as atividades, que tiveram duração de três meses. Os círculos transformativos são conduzidos pelas facilitadoras Janice Divino, Elayne Nazaré Rodrigues e pelo chefe de secretaria da unidade, Carlos Rangel.
De acordo com a juíza titular da unidade, Michelle Farias, a participação dos homens nos círculos de diálogo é uma determinação do juízo, como parte do cumprimento da medida protetiva. Afirmou também que o comparecimento dos autores de violência aos encontros do projeto não os exime de responsabilidade sobre os atos praticados.
“Não é um atenuante à punição cabível em cada situação. Não interfere no processo criminal e não retira destes homens o dever de responder criminalmente”, reiterou.
Conforme explica a servidora Janice Divino, a iniciativa tem como objetivo alcançar o público masculino que em algum momento cometeu um ato de violência. “Já realizávamos o círculo de restabelecimento com as mulheres, mas percebíamos a necessidade de conversar também com os homens, buscando entender os motivos que o levaram a cometer o erro, propondo reflexões através do diálogo com estes cidadãos”, afirmou.
O Projeto Transformando Trajetórias ocorre em um período de três meses. Durante os meses de trabalho, são realizados seis encontros. Esta foi a quarta turma de homens em cumprimento de medidas protetivas a participar do projeto. A servidora comemorou os resultados obtidos. “Foi um grande desafio, pois não sabíamos como seria a receptividade, muitos chegavam temerosos, com uma grande carga de raiva, mas aos poucos foram entendendo o propósito, e estamos satisfeitos com os resultados que buscam a diminuição dos índices de reincidência”.
Segundo o chefe de secretaria do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Carlos Rangel, desde a implantação do Projeto cerca de 60 homens já puderam ser ouvidos. “Estamos atentos a nova visão de Justiça, que prioriza a solução pacífica de conflitos, desta forma acompanhando de perto estes homens estamos ajudando a quebrar paradigmas, preconceitos que possam existir no meio em que eles estão inseridos”.