Ser um leve esboço em papel couche ou vergê, um risco ou um traço livre de compasso.
Pisar sobre folhas de tons terra ou outonais ao embalo do leve prurido de seus estalos.
Leve, leve como a pluma da floração do dente de leão espalhando suas sementes
com o sopro alegre das crianças embaladas pela alegria da inocência resplandecente.
Ser leve, ainda que em momentos breves, é o meu desejo para a existência.
Quisera eu encontrar caminhos nos descaminhos de emoções e conclusões ambivalentes.
Seguir em frente com coragem estampada na firmeza e delicadeza dos gestos e palavras.
Ser assim sonho e realidade a esvoaçar no florescer das manhãs ensolaradas ou aguadas.
Anseio em meio ao entremeio de suspiros de súplicas e intenções por gestos simples.
Simples gesto de estender a mão a quem já não tem forças para se erguer ou permanecer,
oferecer um copo d’água ao sedento, um sorriso nos desalentos ocasionais ou intermitentes.
Afinal leve, meu querer se faz inteiro no vislumbre de um janeiro de bençãos e felicidades, sem
tumultos ou alegadas superioridades de status ou qualificações oriundas de raças, funções,
religiões ou divisões de homens de bem e mal – estas nascidas de equívoco sem igual…