No site da Transparência Internacional (TI), Macapá está em 22ª posição entre as capitais e é classificada como RUIM na clareza de informações sobre os gastos da gestão com o combate à Covid-19. A organização que gere a TI é também a mais antiga e mais abrangente ferramenta do mundo para o monitoramento da percepção de corrupção.
O veredicto de falta de transparência está no site Transparência Internacional (TI), que mede o nível de transparência com gastos relacionados ao combate da Covid-19 nas 27 capitais do Brasil. Macapá está na 22ª posição e é classificada como “RUIM”.
O site é gerenciado por um movimento global que trabalha com a visão de construir um mundo livre da corrupção. O movimento Transparência Internacional trabalha no apoio e mobilização da sociedade civil, produção de conhecimento, conscientização e comprometimento de empresas e governos com as melhores práticas globais de transparência e integridade, entre outras atividades.
O mesmo movimento é o responsável por medir o ranking de corrupção no Brasil. O índice é a mais antiga e mais abrangente ferramenta do mundo para o monitoramento da percepção de corrupção.
No site da organização, é possível consultar os níveis de transparências alcançados a partir de avaliações realizadas de 12 a 19 de maio, há menos de um mês.
Macapá está nas últimas posições com 30,3 pontos. O Transparência Internacional prevê RUIM as capitais que alcançam de 20 a 39 pontos.
“Avaliamos como os portais de 26 governos estaduais, do Distrito Federal e de 26 capitais trazem informações sobre contratações emergenciais de forma fácil e ágil. O resultado é uma pontuação de 0 a 100 em que os mais transparentes são aqueles que mais se aproximam da nota máxima”, explica o site da TI.
Mentiu na TV
No dia 25 de maio, durante entrevista nacional veiculada no SBT, o prefeito Clécio chegou a dizer ao repórter Roberto Cabrini que o município havia recebido apenas um repasse de recursos para o combate à pandemia.
“Nós recebemos um milhão e seiscentos mil no fim de março, ainda era o ministro Mandetta. Era uma conta de R$ 2 reais por habitante (…) pode ir no nosso portal”, disse Clécio.
A equipe de o A Gazeta esteve no Transparência da PMM e constatou que na aba de recursos recebidos para Covid-19 de fato constava o valor recebido no fim do mês de março, de R$ 1.639.344,88. Mas este não é o único valor listado.
O Transparência mostrava ainda outras seis repasses recebidos do Governo do Amapá, Justiça Federal, Tribunal Regional do Trabalho e emendas parlamentares. Ao todo, foram recebidos, segundo o portal, R$ 11.703.452,87.
São mais de R$ 10 milhões que o prefeito de Macapá esqueceu de citar ao tentar justificar a ausência de estrutura na rede municipal de saúde.
Após reportagem do A Gazeta, o prefeito começou a falar sobre outros repasses ao público em materiais institucionais.
A ausência de clareza nesses dados é o que fica constatado e é exposto no site do Transparência Internacional. Essas informações podem ser consultadas no endereço da organização mundial em https://transparenciainternacional.org.br/ranking/