Localizada no município de Baixa Grande do Ribeiro, no Cerrado piauiense, a Fazenda Ipê, com 35 mil hectares e que tem a maior área do país, foi vendida para a empresa Terrus, do empresário catarinense Ricardo Farias. A aquisição da empresa Insolo, responsável pela Ipê e pelas fazendas Cerro Azul e Fortaleza, todas no Piauí, custou R$ 1,8 bilhão e tornou Farias o quinto maior produtor de grãos do Brasil.
O negócio bilionário movimentou o mercado nacional do agronegócio, recebendo destaque com reportagem de capa da Revista Exame, a maior do país na área de economia. Em 12 páginas, a publicação mostra por que o empresário ex-dono de uma lavanderia industrial resolveu investir tanto dinheiro no agronegócio.
Ricardo Faria já atuava no ramo agropecuário desde 2006, quando criou a Granja Faria, em parceria com a Perdigão (atual BRF). No entanto, só percebeu a potência do Cerrado piauiense há dois anos, quando investiu R$ 300 milhões na compra de terras no Piauí, Ceará e Maranhão, pra criar a Terrus. “As chapadas do Piauí são as melhores do país na combinação entre luminosidade e precipitação [chuva]”, disse o empresário à revista Exame.
Agora, com a aquisição da Insolo pela Terrus, as duas companhias têm 120 mil hectares de área para produção de soja, milho, arroz e algodão e devem ter uma receita de R$ 1 bilhão nesse ano safra, segundo a Revista Exame. Dessa forma, Farias assume a 5ª posição no ranking de maiores áreas de produção do país. Considerando tamanho, fica atrás da líder, SLC Agrícola, que com aquisição da Terra Santa, passa a ter o equivalente a 660 mil hectares e é seguida por Grupo Bom Futuro, Amaggi e Scheffer, nessa ordem.
O pagamento pelo ativo foi, segundo a Exame, praticamente todo em dinheiro, uma vez que a companhia adquirida não tem dívida significativa. O nome da empresa combinada será apenas Insolo, que já carrega reconhecimento do mercado. “Vamos aproveitar a marca, que se consolidou ao longo dos últimos 20 anos”, afirmou à revista.
A Fazenda Ipê, pra onde Ricardo Faria viaja duas vezes por mês em seu jato particular, é uma das mais modernas do Brasil em tecnologia. Possui 120 modernos pluviômetros que monitoram o nível e a distribuição das chuvas na propriedade. No Brasil, menos de 30% das fazendas utilizam essa tecnologia, já que a conectividade no campo é instável.
A Insolo pertencia a um fundo cujos recursos são do endowment da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Com a aquisição da Insolo, a área do plantio vai ser ampliada em 30 mil hectares, dentro da área detida. “A grande beleza desse negócio é que já começamos com a previsão de ampliar a produção em aproximadamente 30% no próximo ano safra completo”, afirma ele, referindo-se à produção 2022/2023.
