As manifestações parecem ser a última tábua de salvação dos patriotas para demonstrar o amor à bandeira, à pátria, aos seus valores, à insatisfação com o resultado das eleições e a desconfiança das urnas eletrônicas, notadamente aumentada depois do laudo apresentado pelo Ministério da Defesa.
Apesar de sempre ter defendido a lisura das urnas eletrônicas, causa estranheza, anteriormente, a repulsa de alguns Ministros da Suprema Corte ao voto auditável através do acoplamento impresso, o que teria colocado uma ”pá de cal” a toda e quaisquer desconfiança do nosso sistema eleitoral.
Com a apresentação da auditoria do Ministério da Defesa, principalmente após a Nota Oficial explicativa, datada de 10/11/2022, que, resumidamente, fez constar “apesar de não ter detectado nenhuma fraude, que os testes, da forma que foram realizados não foram suficientes para afastar a possibilidade de um eventual código malicioso capas de alterar o funcionamento do sistema de votação”; e – “houve restrições ao acesso adequado dos técnicos ao código-fonte e às bibliotecas de software desenvolvidas por terceiros, inviabilizando o completo entendimento da execução do código, que abrange mais de 17 milhões de linhas de programação.
Em consequência dessas constatações e de outros óbices elencados no relatório, não é possível assegurar que os programas que foram executados nas urnas eletrônicas estão livres de inserções maliciosas que alterem o seu funcionamento. Por isso, o Ministério da Defesa solicitou ao TSE, com urgência, a realização de uma investigação técnica sobre o ocorrido na compilação do código-fonte e de uma análise minuciosa dos códigos que efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas, criando-se, para esses fins, uma comissão específica de técnicos renomados da sociedade e de técnicos representantes das entidades fiscalizadoras.” (grifou-se)
Destaca-se, que o Ministério da Defesa fora convidado para acompanhar e fiscalizar o sistema das urnas eleitorais, emprestado sua confiabilidade e prestígio que goza junto a população brasileira. Portanto, não enxergo motivos para a resistência do TSE, que agindo, desta feita, somente aumenta o descredito daqueles eleitores que não acreditam na segurança das urnas.
Lado outro, a censura previa tem se tornado quase uma praxe das decisões de alguns Ministros do TSE, deixando transparecer, mesmo que não seja, uma certa parcialidade a favor de um candidato em detrimento do outro.
O TSE na saga da censura, tornou-se , inclusive, com o vernáculo de canais de comunicação, proibindo chamar um dos candidatos à presidência da República, durante a campanha eleitoral, de “descondensado”.
As manifestações em prol da liberdade de imprensa e de maior transparência nos estudos de seguridade das urnas eletrônicas, ultrapassaram as barreiras brasileiras, sendo realizadas em diversos outros países por conterrâneos que residem no estrangeiro. Críticas tem sido dirigidas a certas decisões dos Tribunais Superiores, entendidas por juristas, representantes Congressuais e pela própria população como sendo inconstitucional.
Não coaduno com as ofensas pessoais dirigidas aos Ministros do Supremo Tribunal Federal, como as ocorridas em Nova York- EUA, sendo um total desrespeito às nossas autoridades. A manifestação, aqui ou em qualquer parte do mundo, deve ser ordeira, partindo do princípio da civilidade. A agressão pessoal, o destempero, não compatibiliza com o Estado Democrático de Direito, sendo contrário a evolução cultural de uma nação.
Mas não posso entender que manifestações civilizadas sejam atos antidemocráticos, formadas por um bando de criminosos. O que temos visto, ao menos pelas redes sociais, são famílias aderindo o movimento, setores do agronegócio, caminhoneiros, dentre várias outras pessoas, inclusive, abraçados pelas Forças Armadas, conforme nota assinada pelos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Segundo trecho da nota, “São condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade”.
Da mesma sorte, que contrario a ofensas dirigidas aos Ministros de nossa Corte, não é salutar para democracia frases como a atribuída ao Ministro Barroso, antes das eleições “eleição não se vence, eleição se toma” e a malfada resposta a um cidadão, que nas ruas de Nova York, questionou sobre as urnas, respondendo, com gira utilizadas por marginais, “Perdeu, Mané, Não Amola”.
O respeito há de ser recíproco, e o exemplo deve partir das autoridades. Ao proferir a infeliz frase, deixa a transparecer que todos os brasileiros são Manés, e os Ministros vestais, o que não é real.
Tenho Dito!!!
Manifestações, Manés e Vestais!!!
