O uso de medicamentos sem orientação médica pode representar um perigo para a saúde. Para alertar a população sobre os riscos da automedicação foi criado, em 5 de maio, o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) estima que no Brasil, 79% das pessoas com mais de 16 anos tomam remédios sem prescrição médica
O clínico geral Franklin Silva explica que é comum que com o aparecimento de sintomas aparentemente simples, como febre ou dor de cabeça, as pessoas façam ingestão de medicamentos por conta própria.
“Ibuprofeno, nimesulida ou diclofenaco são alguns dos remédios mais comumente usados pela população, eles são antiinflamatórios não hormonais e são perigosos para pacientes com dengue, por exemplo. Esses medicamentos promovem afinamento dos vasos sanguíneos, o que pode provocar choque hemorrágico em pacientes com dengue”, disse.
Outro problema é o uso indiscriminado de antibióticos, medicamentos de venda controlada e que devem ser usados apenas em casos indicados pelos médicos para tratar infecções causadas por bactérias.
“O uso de antibióticos sem a prescrição médica pode causar resistência bacteriana. Quando ela realmente precisar fazer uso desse antibiótico ele não irá funcionar, porque os germes e as bactérias tem a capacidade de se adaptar ao medicamento”.
Segundo o médico isso causa internações desnecessárias, já que antibióticos mais básicos que poderiam tratar a doença não farão mais efeito e terão que ser substituídos pelos de largo espectro, que atingem um número maior de microrganismos.
Outras consequências da automedicação são gastrites, úlceras, reações alérgicas, lesões ao fígado e outros órgãos e até a morte.
“É essencial que o paciente procure um médico para receber orientações sobre a medicação que ele vai tomar e na dosagem correta, para não correr o risco de agravar a doença”, alerta Franklin.