O esporte tem comprovada importância na qualidade de vida de qualquer pessoa. A atividade esportiva contribui não só para o desenvolvimento físico, como também é uma poderosa ferramenta de ajuda na reabilitação e inclusão social de pessoas com deficiência.
Mais que isso, o esporte pode transformar tanto a vida de uma pessoa com deficiência que em pouco tempo de prática ela pode estar representando o Brasil nos maiores eventos esportivos do mundo.
O site Saúde Brasil conversou com o educador físico Guigo Lopes, que há anos trabalha com pessoas que têm alguma deficiência. Ele explicou que, em alguns casos, a prática do esporte vira profissão e pode levar a pessoa a viajar o mundo inteiro.
A paranaense Jady Malavazzi, 23 anos, conheceu Guilherme Lopes quando ainda tinha 12 anos, no centro de reabilitação de um hospital em Brasília. Lá ela recebia aulas de basquete e natação e acabou tomando gosto pelo esporte. Hoje, Jady é atleta de ciclismo paralímpico, categoria Handbike H3. Prata nos Jogos ParaPan-Americanos de Guadalajara, em 2011, e pentacampeã brasileira, Jady é a quarta melhor do mundo na modalidade. Jady é beneficiária do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.
“Ela era do interior do Paraná e quando se tornou atleta profissional se mudou para Brasília. Quando chegou aqui me chamou para fazer parte da equipe, como preparador físico. Foi bacana porque eu vi esse amor pelo esporte se desenvolver desde a adolescência, logo após o acidente, com todas as dificuldades. Hoje ela representa o Brasil ao redor do mundo. Dá para se ter uma ideia de onde o esporte pode levar você”, orgulha-se Lopes.
Guilherme também ajudou na preparação física de outra atleta que foi para os Jogos Paralímpicos 2016, no Rio de Janeiro. “A Maiara Barreto é tetraplégica. Ela fazia natação por recreação, mas tinha um tempo muito bom. Quando percebemos que ela estava nadando perto do índice de classificação para a Paralimpíada, propusemos que ela continuasse treinando forte e participasse de competições. Ele se esforçou, conseguiu o índice e representou o Brasil, tudo isso em apenas três meses”, conta Guigo Lopes.
“Normalmente um esportista olímpico treina a vida inteira para chegar lá, mas o que ocorre com a pessoa com deficiência é diferente, porque ela, por exemplo, sofre um acidente com 18 anos de idade. Então acaba conhecendo o esporte mais tarde e em muito pouco tempo descobre que pode estar num evento esportivo mundial, como foi o caso da nadadora. Não quer dizer que seja fácil, mas pode acontecer com qualquer um e em um período curto de tempo”, afirma.
O esporte paralímpico é praticado por atletas com deficiência física, intelectual e visual. Procure por federações em sua cidade ou estado e passe a praticar esportes, mesmo que apenas por lazer.