“O bilionário Bill Gates, cofundador da Microsoft, afirmou em recente entrevista à revista MIT Technology Review que, para evitar uma catástrofe climática de proporções mundiais, a humanidade deve parar de comer carne. Isso porque uma quantidade enorme do CO2 – gás que acelera o aquecimento do planeta quando solto na atmosfera – atualmente está ligado à agropecuária e à criação de animais para abate, para alimentar a indústria da carne. Ou seja, interromper o nosso consumo de carne, substituindo-a por opções vegetarianas, seria uma forma eficaz de interromper esse ciclo venenoso do CO2 para o planeta.”
“O hambúrguer de laboratório estará no mercado em até três anos. Quem garante é o professor de fisiologia da Universidade de Maastrich (Holanda), Mark Post, que chamou a atenção do mundo ao apresentar a carne produzida de células-tronco de músculos de vacas. “Se a carne cultivada se tornar uma alternativa aceita, acabará por eliminar a carne convencional. No entanto, isso deve levar 20 anos”, acredita Mark, que concedeu entrevista por telefone à Globo Rural. A partir da pesquisa, fundou a MosaMeat, da qual é o executivo-chefe da área científica. A missão da companhia é desenvolver a engenharia de tecidos para a produção em massa de carne a preço acessível, diz, que prevê no futuro filés, lombos e até asas de frango de laboratório.”
Naturalmente estes dois textos trazem a opinão de um dos líderes mundiais da tecnologia que aproveita as teses de cientistas, vislumbrando um grande mercado aberto “embarcou” na canoa dos “ambientalistas europeus” que alimentam os discurso veganos e vegetarianos. Afinal o Bill Gates merece todo o nosso respeito por ser um dos maiores vendedores do planeta transformando “nichos” em enormes mercados, o que o converteu em um dos poucos “biliardários” do mundo. Já Mark Post, um acadêmico que pretende eliminar todos os animais de produção transformando-os em um grande banco de células-tronco, substituindo fazendeiros e vaqueiros por técnicos de laboratório.
A incongruência mais marcante dos dois discursos é que ambos esqueceram de estudar a história da evolução humana. A revolução industrial que introduziu novas formas de cultivo agrícola, de criação dos animais de produção e a industrialização dos produtos do Agro, alterando radicalmente a alimentação humana e o acesso aos alimentos com maior qualidade e em maior quantidade, ensejaram o salto evolutivo da humanidade no século XX que superou dezenas, centenas e até milhares de vezes toda a evolução ocorrida nos últimos 10.000 anos.
Vejamos alguns trechos do artigo de Joana A. Pellerano, em razão das conclusões da VI Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia, realizada pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP no período de 16 a 19 de maio de 2017, sob o título – “Industrialização e alimentação: Impactos da Revolução Industrial moderna em produção, distribuição, preparo e consumo de alimentos”.
“A cadeia produtiva da alimentação contemporânea foi moldada a partir da modernidade: produção, distribuição, preparo e consumo também se transformaram com as novas possibilidades surgidas a partir desse período. A Revolução Industrial, uma das responsáveis por tais mudanças, criou maneiras mais eficientes de produzir, transportar e cozinhar, oferecendo à humanidade a possibilidade de se alimentar com mais variedade e quantidade…No século XXI, lidamos com a comida de uma maneira muito diferente que aquela de nossos ancestrais. A grande responsável por iniciar essa transformação é a Revolução Industrial, que começa no final do século XVIII: “um ‘sistema fabril’ mecanizado que por sua vez produz em quantidades tão grandes e a um custo tão rapidamente decrescente a ponto de não mais depender da demanda existente, mas de criar o seu próprio mercado” (HOBSBAWN, 2007). A Revolução Industrial criou, entre outras coisas, a possibilidade de se comer mais e melhor trazendo novas formas de se produzir, transportar, cozinhar e comer. (PELLERANO, 2014).”
Paralelamente a toda essa discussão em termos das propostas de alterações na agropecuária mundial e o fato de um país como a Holanda que tem uma área 205 vezes menor que o Brasil, no ano de 2019 o pais foi o segundo maior exportador de produtos agrícolas do mundo, somente atrás dos EUA. Qual o mistério por trás de toda essa produção e exportação de produtos agrícolas de um país tão pequeno com tão poucas áreas cultiváveis? Muito simples a resposta – a mor parte da produção é desenvolvida em ambientes fechados – laboratórios – substituindo os agricultores por técnicos oriundos das universidades.
Não sei se leram, entretanto, publiquei um artigo, em 21/03/2021, sob o título: “Serão deuses os ambientalistas europeus?”, onde transcrevo um artigo de Amy Woodyatt, da CNN, com o título: “Inversão dos polos magnéticos da Terra pode ter causado extinção do neandertal”, que tomo a liberdade de citar um trecho novamente:
“A velocidade, junto com o enfraquecimento do campo magnético da Terra em cerca de 9% nos últimos 170 anos, pode indicar uma inversão iminente”, observou Alan Cooper, pesquisador honorário do South Australian Museum”. Considero esta declaração a informação mais importante do artigo da jornalista Amy Woodyatt.
Um enfraquecimento de 9% no campo magnético da terra em um tempo que é menor que um suspiro em termos cósmicos, 170 anos, é extremamente preocupante e quase uma declaração que o “fim dos tempos” está próximo e o mundo como conhecemos desaparecerá.
Afinal em que jogo tentam envolver o mundo? Até onde os cientistas, o milionário da tecnologia e a ONU, na campanha agressiva pela mudança radical no consumo e na produção de alimentos, estão dispostos a ir?