Creio que, inevitavelmente, à semelhança do que ocorreu no século passado com a quebra da bolsa americana em 1929, provocando uma enorme crise econômica, que ficou conhecida como “a grande depressão de 1929”, a atual crise de saúde ficará conhecida como “o grande medo de 2020”.
O mundo inteiro fez, de repente, uma descoberta assustadora e impressionante – o sistema de saúde pública planetário é frágil. No Brasil todos sempre souberam disso, principalmente os desfavorecidos que morreram nas filas por falta de vagas nos hospitais e emergências por dezenas de anos, em períodos que não haviam endemias, epidemias ou pandemias. Longe de mim desmerecer tal preocupação.
Surge então o Covid 19, um vírus que ataca as vias respiratórias para o qual não há medicamentos capazes de combate-lo. Alguém esqueceu de esclarecer que para 99,9% dos vírus ainda não foram descobertos medicamentos. Esqueceram, ainda, de mencionar que em uma virose o tratamento é contra os efeitos colaterais, como em todas as viroses, das doenças oportunistas que acometem um organismo debilitado. Quem ainda não conviveu com um parente diagnosticado como portador de virose?
O que não houve efetivamente foram campanhas advertindo os de idades mais avançadas para reforçar suas defesas orgânicas, aos possuidores de doenças pré-existentes para aprimorarem o tratamento de tais doenças e a todos que ouçam os médicos, procurem tratamento nos primeiros sintomas de contaminação com os antivirais que serão recomendados e que não são específicos para a atual virose, o que tem suscitado enormes debates científicos sobre a validade ou não. Alguns médicos tem utilizado com sucesso, já existindo inclusive protocolo de tratamento que não deve ser descartado. O povo é sábio quando diz – “no amor e na guerra vale tudo” – estamos em guerra com o Covid.
Pela primeira vez na história não houve a recomendação para se tratar a doença no início dos sintomas. A OMS além de declarar a pandemia com atraso, somente o fez depois da disseminação descontrolada do vírus e sugeriu, de improviso, o famigerado “lockdown”, com a finalidade de proteger os sistemas públicos de saúde, cujas consequências para a economia e saúde todos conhecem, principalmente a grande massa de desempregados que perdeu a capacidade financeira de adquirir os alimentos ou para se tratar de qualquer tipo de doença e a quebra ainda não aferida de empresas.
Enquanto essa desgraça de vírus vem ceifando vidas e as economias, alguns grandes grupos financeiros e empresariais internacionais vêm crescendo motivando as mais diversas “teorias conspiratórias”.
Creiam, a humanidade nos próximos séculos irá maldizer a expressão “lockdown”, uma prevenção extremista, baseada na tese que se o cidadão não sair de casa não sofrerá acidente de trânsito, sem nenhum estudo científico mais sério e, salvo engano, não reduziu a mortandade.
O único lugar onde ouviu-se falar em pesquisa da origem dos contaminados foi no estado de Nova York nos EUA e o resultado foi que 66% das pessoas contaminadas eram oriundas de confinamentos ou isolamentos. Com a abertura dos confinamentos aqueles que se encontravam totalmente isolados, se não houver prevenção adequada, serão contaminados e haverá um aumento nos óbitos.
Nem tudo é má noticia, pelo menos podemos ficar mais tranquilos que não faltarão recursos para o enfrentamento da crise de saúde. O Brasil na área econômica tem sido um ponto fora da curva, apesar da distribuição dos recursos do tesouro para os desempregados e mais carentes, uma medida correta, a economia continua a crescer. A despeito do tão cantado em prosa e verso “lockdown” ultrapassamos as 100 mil mortes.
Em julho de 2020 a balança comercial brasileira apresentou um superávit de US 8 bilhões, o maior saldo positivo em um mês ao longo de 31 anos, boa parte deste resultado advém das exportações do Agro. No ano a balança comercial apresenta um superávit de 30 bilhões e 300 milhões de dólares. Apesar de toda a crise o Brasil não parou.
O povo brasileiro é admirável, nada nem ninguém o faz parar de lutar. Entre os Brasileiros se destacam os homens e mulheres do campo produzindo alimentos para que nós e parte dos povos do mundo possamos sobreviver, ajudar os demais e continuar a luta.
O certo é que a humanidade que durante milênios enfrentou e superou todos os tipos de adversidades e não importa o que dizem os pessimistas e pregadores do apocalipse, mais uma vez o fará e ressurgirá das cinzas da atual crise como uma nova “fênix”, com novos planos para o futuro.
Gil Reis
É articulista nacional, Advogado, Consultor de Agronegócio, Diretor Acionista de uma Agroindústria e Presidente Executivo de uma Associação Brasileira e Consultor em agronegócio.