O presidente do senado Rodrigo Pacheco, logo após as declarações do presidente Bolsonaro, com serenidade, deixou claro sua posição. Disse que “temos um sistema eleitoral, que em 18 eleições em 25 anos desde a implementação das urnas eletrônicas, não registrou nenhum caso de fraude. Não há dúvidas sobre a segurança do voto. As eleições correrão com a normalidade, segurança e transparência de sempre. O processo conta também com a participação de diversos órgãos como o Congresso Nacional, a Comissão de Transparência das eleições (CTE), a Polícia Federal, o Ministério Público, os partidos políticos, universidades e as Forças Armadas.”
O presidente do Senado, Rodrigues Pacheco, na verdade, rebateu com classe a grosseria institucional do presidente. No nosso sistema, há a mais ampla possibilidade de se auditar as eleições. Bolsonaro, contudo, vem questionando, com frequência inusual, um sistema que tem sobrevivido, até hoje, sem nenhum arranhão. Sua estratégia, todavia, é fazer as Forças Armadas coautoras de suas sandices que visam desviar o país para a anormalidade. O grande desafio das Forças Armadas é administrar essa provocação do presidente que, pelo jeito, quer porque quer provocar uma ruptura institucional com a necessária ajuda de quem tem a responsabilidade, justamente, de manter a ordem e a defesa da pátria.
Otto Von Bismark, um dos principais personagens da Unificação Alemã, dizia que as Forças Armadas são o principal instrumento de um Estado sólido e promissor, no entanto, seu desvio para projetos pessoais pode levar um país à ruína e construir ditadores que, sob o pretexto de defender a ordem, se vestem de generais do caos levando os nacionais à miséria. É esse cuidado que todos devem ter com a ideia do presidente de fazer das Forças Armadas aliadas de sua estratégia e reféns de seus delírios ditatoriais. Rodrigo Pacheco refletiu em sua manifestação a preocupação que deve ter todo patriota em não deixar que as Forças Armadas sejam manobradas por quem quer desviá-las para o pântano dos reprováveis intentos que colidem com a normalidade institucional, afinal, as Forças Armadas não podem ser parteiras de resultados das eleições.