O Ministro Paulo Guedes se assemelha ao advogado fora da causa que quando consultado sobre um conflito de interesses tem a solução pronta, mas que quando nela vai atuar começa a apontar dificuldades que antes sequer tinha aventado. Quem não se lembra do economista fanfarão que quando o presidente Bolsonaro estava em campanha apresentava pronta solução para todos os males da economia brasileira? Hoje Paulo Guedes – como titular da de uma das pastas mais importantes do governo – sequer sabe a projeção da inflação para o mês seguinte e põe-se a mentir como um pescador bêbado.
Paulo Guedes é o típico assessor grotesco que o presidente Bolsonaro tem convidado para titularizar seus ministérios. Ainda está fresco na memória dos brasileiros o vídeo vazado de uma reunião ministerial em que o ministro boquirroto enfatiza – com ironia acurada – que “já tinha colocado a granada no bolso dos inimigos”, referindo-se aos servidores públicos que estavam há dois anos sem aumento salarial. Vangloriar-se de não haver dado aumento salarial a uma classe de trabalhadores tão importantes para a nação cheira ao mais reprovável comportamento de um executivo do setor público que cogita fazer da exploração do trabalho uma agenda de governo.
Não há como esconder que Paulo Guedes é uma experiência frustrante para todos os brasileiros. Como disse Erasmo de Rotterdam no seu primoroso livro “Elogio da Loucura”, “não é mérito da loucura haver no mundo laços de amizade que nos liguem a seres perfeitamente imperfeitos e defeituosos?” Talvez tenha sido essa loucura a inspiração do presidente Bolsonaro para manter Paulo Guedes na direção da economia brasileira. O certo é que o ministro faz uma gestão recheada de delírios permanentes só aceitáveis dentro de um ambiente de caos. É um verdadeiro samba do crioulo Guedes.