“Desde o primeiro momento em que o fumante decide parar de fumar é importante ir se livrando das lembranças do cigarro, dos chamados ‘gatilhos’ que o levam a fumar sem chance de escolha, como os cinzeiros espalhados pela casa”, ensina a pneumologista. “Vale até alterar a arrumação dos cômodos. Tem fumante que, por exemplo, tem um cantinho favorito, uma poltrona onde costumava sentar para fumar”.
Modificar a posição desta poltrona vai sinalizar que algo mudou e certamente pode evitar que cigarros sejam acesos num impulso automático. Pequenas modificações na rotina com foco em se afastar dos gatilhos para fumar serão grandes aliadas. Os gatilhos são pessoais, cada fumante precisa identificar os seus e se afastar deles até que se sinta seguro como ex fumante.
A rotina do dia a dia também pode influenciar no tratamento. Se a pessoa está acostumada a fumar enquanto dirige, é importante não levar o maço para o carro. “Até mesmo o caminho que as pessoas fazem a pé influencia. Tive que combinar com um paciente para que ele mudasse a rota do caminho de casa. Ele sempre passava em frente a uma padaria e não conseguia resistir: entrava para comprar cigarros. Mudar essa rotina é complicado, mas dá resultado”, conta Cristina Cantarino.
Segundo a pneumologista, ajuda muito no processo fazer uma agenda com os horários que fuma. “Uma folha de papel deve ser colada ao maço, o objetivo é ver a última hora que fumou antes de acender o próximo, e ir aumentando o intervalo de tempo entre um cigarro e outro. Isso faz o fumante fugir do piloto automático e perceber que não precisa fumar como antes”, ensina.