Na zona geográfica do município de Macapá, onde fica localizado o Monumento Marco Zero, local passa a linha imaginária do equador, que divide a terra em dois hemisférios, projetou-se a construção de um grande complexo turístico, denominado “Parque do Equinócio”, parido por grandes técnicos do Governo do Estado como Alberto Góes, Robério Aleixo, Alcyr Matos, Oziel Araújo e tantos outros. O projeto envolvia o Monumento Marco Zero, o Sambódromo, com o anexo da Cidade do Samba, e o Estádio Zerão, todos com pesados apelos turísticos. A ideia era genial, embora os governantes executores tenham construído meio estádio, meio sambódromo e um monumento também pela metade, visto que seu projeto contempla a Av. Equatorial que iria do monumento às margens do maior rio do mundo. O Complexo turístico do Meio do Mundo “Parque do Equinócio”, inobstante sua fundamental importância para o desenvolvimento da vocação turística do estado, nunca foi pauta prioritária nas gestões subsequentes.
Para se ter uma ideia como os gestores ignoram a importância do Complexo Turístico do Meio do Mundo, denominado “Parque do Equinócio”, são as obras projetadas e construídas no seu entorno que inviabilizam o complexo como equipamento turístico. Primeiro, se construiu uma UPA no local destinado à ampliação da Cidade do Samba. Depois um equipamento esportivo (CEU) e, por último, um CRAS. Resultado: já era a possibilidade de se ampliar a Cidade do Samba, com a agravante de que a existência de uma unidade de saúde às proximidades impõe que se escolha entre a unidade de saúde ou a Cidade do Samba. Por fim, houve a venda de um lote dentro da área da Cidade do Samba para um munícipe (pasmem!) para construção de um prédio residencial. Não satisfeitos, os gestores construíram, colado ao Estádio Zerão, o Hospital Universitário, o que faz que as torcidas sejam obrigadas a torcer em silêncio. Por fim, foi lançado pelo Município de Macapá, o projeto “Parque no Meio do Mundo” que será construído no local do estacionamento do complexo. É o seu fim!
A destruição de um projeto tão grandioso não deveria ter o beneplácito e o esforço dos gestores amapaenses, muitos menos do trade turístico. O Amapá é muito mais a terra do equinócio do que a terra do manganês. É muito mais a Amazônia com seus fenômenos e riquezas naturais do que uma simples porta para a Europa. Tudo isso é ignorado quando um projeto tão extraordinário é pisado como um rascunho insolente e sem valor. A falta de estudos profundos e de interesse em projetos que podem afetar o presente e o futuro de um povo é de desaminar. O “Parque do Equinócio” não deveria ser um projeto de uma gestão, mas um projeto do Estado do Amapá, na sua mais ampla acepção, máxime quando sua vocação turística salta aos olhos.
Ainda há tempo para se corrigir parcialmente os equívocos praticados contra um grande projeto do povo do Amapá. O “Parque do Equinócio” não pode ser uma simples quimera. Tem de ter o esforço conjunto dos gestores estadual e municipal para colocar o projeto no trilho. A importância do projeto não permite a vaidade de não retroceder em projetos que são menores e menos abrangentes, mesmo já construídos ou em andamento. Já que é difícil tirar o Hospital Universitário, que se repense na continuação da execução do “Parque no Meio do Mundo”. O custo de paralisá-lo será menor do que o custo de concluí-lo. Seria mais racional tirar o projeto do “Parque do Equinócio” das gavetas da inércia e colocá-lo em execução, com todas as vantagens bem engendradas por técnicos que devotaram seu tempo em pensar em um Amapá grandioso. É hora de pensar grande e não sepultar nossas esperanças de desenvolvimento.