Investigação da Polícia Civil de São Paulo aponta que um adolescente de 16 anos estuprou o irmão, de apenas 5, para produzir vídeos e fotos pornográficos a pedido de um adulto com o qual conversava em um aplicativo de mensagens.
O infrator foi levado a uma delegacia do centro paulistano, nessa quarta-feira (23/4), após a constatação do conteúdo de pedofilia feito por ele. No fim da tarde, a Justiça decretou a internação do adolescente, que foi encaminhado para a Fundação Casa, onde aguardará julgamento pelo ato infracional análogo ao crime de estupro de vulnerável.
O Metrópoles apurou que uma operação da Polícia Federal, deflagrada na segunda metade do ano passado, resultou na prisão de um homem que portava vasto material de pornografia infantil. Parte do conteúdo, como mostram as investigações, foi produzido em São Paulo. Por meio da apuração, os agentes chegaram ao adolescente, que mora com a vítima e os pais em Paraisópolis, na zona sul da capital paulista.
A reportagem apurou que o pai e a mãe dele não faziam ideia dos estupros e do compartilhamento dos vídeos e das fotos com pornografia infantil, feitos no quarto do adolescente infrator. À criança vítima dos crimes sexuais foi oferecido suporte psicológico.
A polícia descobriu, com base em trocas de mensagens no app Zangi, que o adolescente acreditava conversar com uma jovem, para quem ele mandava os conteúdos. O perfil, porém, era administrado pelo homem, cujo primeiro nome é Gabriel.
O criminoso, preso ano passado pela PF, tinha convencido o adolescente a estuprar o irmão pequeno, mais de uma vez, como provam os vídeos e as fotos compartilhados e, atualmente, apreendidos pela polícia.
App usado
O aplicativo usado pelo adolescente infrator conta com criptografia, que garante a proteção de mensagens, impedindo inclusive a própria equipe do Zangi de acessá-las.
A plataforma ainda funciona sem demandar muito dos dados do celular, além de oferecer alta qualidade de imagens, mesmo em conexões mais lentas.
Operação interestadual
Em novembro de 2024, São Paulo e mais quatro estados deflagraram a Operação Nix — que mirou suspeitos de pedofilia, estupros virtuais, além de mentores de ataques a escolas.
Um adolescente foi apreendido em Descalvado, interior paulista, apontado como um dos responsáveis pela administração de um grupo no qual ocorriam crimes sexuais virtuais.
Foram apreendidos outros três menores e presos dois adultos, em outros estados. Também foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, distribuídos entre Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e Distrito Federal.
Na ocasião também foi criado em São Paulo o Núcleo de Observação e Análise Digital — composto por membros das polícias Civil, Militar e Técnico-Científica — por meio do qual iniciou-se o monitoramento de redes sociais, fóruns e plataformas on-line de comunicação.
Fonte: Metrópoles