A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PC-RS) prendeu um jovem de 21 anos suspeito de decapitar um rival e matar outros dois homens a tiros na zona Leste de Porto Alegre.
Responsável por aterrorizar a cidade, o homem confessou os crimes aos agentes do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) e demonstrou orgulho ao se intitular como o autor das mortes.
O primeiro ato da série de crimes do jovem teria ocorrido em 17 de maio, na Vila Maria da Conceição, no bairro Partenon. Em posse de uma submetralhadora, ele executou dois homens e deixou uma mulher grávida ferida após invadir um bar.
Na ocasião, foram assassinados Guilherme de Oliveira Coronas, 18 anos, e João Victor Costa Conceição, 19 anos.
“O motivo do atentado foi simplesmente o fato do bar ser localizado na área de traficantes rivais. No entanto, o atirador errou de estabelecimento e cometeu o crime em um lugar que não tinha ligação com facções”, afirma o delegado titular da 1ª Delegacia de Homicídios, Gabriel Borges.
Segundo a Polícia, o jovem, preso no bairro Bom Jesus,, seria o responsável por cerca de 25% dos assassinatos registrados ao longo do mês de maio na Capital.
Cinco dias depois, em mais um crime sangrento, na noite de 22 de maio, dois homens foram sequestrados no bairro Jardim Carvalho. De acordo com os agentes, eles seriam integrantes de uma gangue da Vila Cruzeiro, na zona Sul, e teriam sido atraídos a partir de uma proposta falsa sobre a venda de uma motocicleta.
Na emboscada, a dupla foi obrigada a entrar em um carro, sendo levada para um imóvel e submetida a sessões de tortura durante toda a madrugada adentro. Em depoimento, o jovem contou que as vítimas foram amarradas e tiveram os dedos decepados.
“O suspeito admitiu ter ele mesmo arrancado alguns dedos das vítimas. Durante as investigações, localizamos o imóvel utilizado como cativeiro. Havia bastante sangue espalhado no chão, era evidente que um crime violento tinha ocorrido ali”, detalhe o delegado titular da 5ª Delegacia de Homicídios, Daniel Queiroz.
Ainda segundo o titular da 5ª DHPP, em determinado momento, um dos reféns conseguiu soltar as cordas e fugiu do cativeiro. O segundo, foi decapitado e teve o corpo encontrado na noite do dia 23, em um matagal, no Morro da Cruz, no bairro Partenon.
A vítima era Thiago Lopes da Fontoura, 26 anos. Ele tinha antecedentes criminais por roubo de veículo.
Até a mais recente atualização desta reportagem, a cabeça dele ainda não havia sido encontrada.
Grupo criminoso
Os policiais apontaram a ascensão do jovem na hierarquia do grupo criminoso como meteórica, devido ao perfil violento de suas ações.
Um dos líderes da facção e espécie de “inspiração” para o jovem seria o traficante Cristian dos Santos Ferreira, 40 anos, conhecido como Nego Cris. O traficante está foragido desde outubro, quando sumiu após ganhar da Justiça o benefício de responder em liberdade.
Fonte: Metrópoles