O total de mortos após a operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, pode ultrapassar 100, um dia depois da ação mais letal já registrada no estado. Na noite anterior, o governo do Rio havia informado que 64 pessoas haviam morrido, 60 suspeitos e quatro policiais. Mas, segundo informações do G1, moradores levaram pelo menos 50 corpos à Praça São Lucas, na Estrada José Rucas durante a madrugada nesta quarta-feira (29).
Ao G1, o secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, disse que os corpos da praça não constam da contagem oficial. Segundo ele, a corporação irá realizar uma perícia para confirmar se há relação entre essas mortes e a operação.

Os corpos foram encontrados na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os confrontos entre forças de segurança e integrantes do Comando Vermelho. Moradores relataram que ainda há vítimas no alto do morro.
O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, disse ao g1 que tomou conhecimento da presença dos corpos na praça e que o caso está sendo investigado.
Durante a madrugada, moradores também levaram seis corpos em uma Kombi até o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. O veículo deixou o local logo após o desembarque.
O ativista Raull Santiago, que ajudou na remoção dos corpos, afirmou ao g1 que “em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, nunca viu nada parecido”. Segundo ele, o traslado foi feito para permitir que familiares reconheçam as vítimas.

A operação, deflagrada na terça-feira (28), tinha como alvo integrantes do Comando Vermelho escondidos nos complexos da Penha e do Alemão. A ação envolveu cerca de 2,5 mil policiais e promotores do Gaeco/MPRJ, com 81 presos e 42 fuzis apreendidos.
Cidade volta à normalidade após mais de 12 horas de bloqueios
Após mais de 12 horas de retaliações atribuídas ao Comando Vermelho, o Rio de Janeiro amanheceu sem vias interditadas nesta quarta-feira (29). Segundo o Centro de Operações e Resiliência (COR), a última via a ser liberada foi a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, sentido Jacarepaguá, às 2h45.
Pouco antes das 6h, o prefeito Eduardo Paes informou que a cidade havia retornado ao Estágio 1, o nível de normalidade, depois de permanecer 16 horas no Estágio 2, que indica ocorrências de alto impacto com potencial de agravamento.
“Estamos voltando a Cidade pro Estágio 1. Modais operando normalmente, cidade fluindo com normalidade. Permanecemos atentos. Informem-se por canais oficiais!”, escreveu Paes nas redes sociais.
De acordo com o g1, criminosos incendiaram e usaram ônibus e outros veículos como barricadas em diversas vias. O Rio Ônibus informou que 71 coletivos foram tomados e 204 linhas ficaram paralisadas. Corredores importantes, como a Avenida Brasil, as linhas Amarela e Vermelha e as rodovias BR-101 e BR-040, chegaram a ser bloqueados.
No meio da tarde de terça-feira, as empresas de transporte determinaram que os ônibus retornassem às garagens, o que deixou muitos passageiros a pé. Houve casos de moradores que caminharam até 5 quilômetros para voltar para casa.
Fonte: InfoMoney

