A influenciadora digital Tainá Sousa (foto em destaque) foi presa pela Polícia Civil do estado do Maranhão (PC-MA) suspeita de estar por trás de uma suposta “lista de execução” elaborada com os nomes de pessoas com quem ela já teve desafetos.
A lista, segundo a polícia, era composta por nomes de pessoas que atuam de forma ativa no combate aos jogos ilegais, sobretudo no âmbito do “Jogo do Tigrinho”.
Isso teria irrritado Tainá, uma vez que ela é investigada e apontada pela polícia como sendo a líder de um grupo que atuava na promoção do jogo ilegal, associado à modalidade de caça-níqueis on-line.
Os nomes do deputado estadual Yglesio Moisés, do delegado Pedro Adão, à frente das investigações contra a influenciadora, dos jornalistas Luís Cardoso, que morreu em abril deste ano em decorrência de um infarto, e Domingos Costa estavam na suposta lista.
A Diretoria de Comunicação da Assembleia Legislativa do Estado do Marnhão publicou nota oficial sobre a menção de Luís Cardoso na lista.
“A Diretoria se posiciona em defesa da liberdade de expressão, da honra e da memória do jornalista e blogueiro Luís Cardoso, que morreu em abril deste ano e, nesta semana, teve seu nome arrolado no caso que culminou na prisão da influencer digital maranhense Tainá Sousa, em São Luís”, escreveu.
“Segundo investigação da polícia, Tainá Sousa teria comemorado a morte de Luís Cardoso, afirmando à época: “Um já foi, agora faltam os outros”. A fala da influencer presa reforçaria a existência de uma suposta lista de ameaçados de morte por denunciar o esquema criminoso ou por publicações com críticas a ela.”
“Ao tempo em que se solidariza com os familiares do jornalista, a Diretoria de Comunicação da Alema repudia qualquer forma de violência e tentativa de cerceamento da imprensa”, disse.
Ela foi presa na última sexta-feira (1°/8). Nas redes sociais, a mulher acumula cerca de 127 mil seguidores. Ela passou a ser acompanhada por diversas pessoas após começar a publicar conteúdos de ostentação. Nesta segunda-feira (4/8), porém, o perfil da mulher aparece como “não encontrado.”
Operação
Antes da prisão da blogueira, o grupo que ela lidera havia sido alvo de uma ofensiva da Polícia Civil no dia 30 de julho.
A operação, batizada de Dinheiro Sujo, foi coordenada pelo Departamento de Combate aos Crimes Tecnológicos (DCCT), da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), e culminou em buscas e apreensões em seis endereços.
Além das buscas, houve o sequestro de bens e bloqueio judicial de mais de R$ 11 milhões em contas vinculadas aos investigados.
Foram apreendidos cinco veículos — entre eles modelos de luxo como Range Rover Velar, Range Rover Evoque, BMW e Toyota Hilux — além de uma moto aquática, celulares, computadores, uma arma de fogo e carregadores e cadernos com anotações que devem subsidiar a continuidade das investigações. Bolsas de grife e dólares também foram apreendidos.
“Esses carros de luxo estavam em nome de terceiros e foram adquiridos com os valores auferidos através dessas divulgações ilegais”, destacou o delegado Pedro Adão, chefe do DCCT.
De acordo com as investigações, o grupo usava as redes sociais para atrair vítimas por meio de promessas de lucros fáceis e rápidos. Após o cadastro em plataformas de jogos, seguidores eram orientados a realizar depósitos, movimentando valores cuja origem e destino são alvo de apuração.
A divulgação do “Tigrinho” era feita por influenciadores contratados por integrantes do esquema.
Ainda conforme o DCCT, a estrutura do grupo criminoso inclui uma advogada, suspeita de atuar na lavagem de dinheiro, e uma gerente, responsável por coordenar grupos de WhatsApp usados para captar novos apostadores.
O grupo pode responder por contravenção penal, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As investigações seguem em andamento para apurar a participação de outros envolvidos.
Fonte: Metrópoles