Uma mulher de 50 anos denunciou o médico, tenente-coronel aposentado da Polícia Militar do DF (PMDF) Sílvio Parreira da Rocha à 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) por negligência médica, após ficar com os seios necrosados e precisar retirar completamente as mamas depois de uma cirurgia de modelagem e colocação de silicone. A coluna Na Mira apurou que o denunciado está com o CRM regular pelo Conselho Regional de Medicina.
A paciente, que não terá o nome divulgado para preservar sua integridade, passou pelo procedimento no Hospital AMMA, em Águas Claras, no segundo semestre deste ano. Após o implante, ela desenvolveu um quadro de isquemia, infecção e deiscência cirúrgica, necessitando de duas operações de emergência para a remoção dos tecidos necrosados.
A mulher contou que decidiu fazer a cirurgia após acompanhar uma amiga em consultas com o médico e sentir confiança profissional. No entanto, ao acordar da anestesia, ouviu o cirurgião dizer a outro médico: “Cuidado, se não arrumar isso direito, será uma tragédia.”
Detalhes do caso:
- Nas primeiras 24 horas, a paciente começou a apresentar queda de saturação e sinais de necrose nos seios.
- Segundo a vítima, as feridas aumentavam enquanto o médico minimizava os sintomas, alegando que o quadro era “normal”.
- Posteriormente, ele a encaminhou para um tratamento de cicatrização lenta — sem sucesso.
- Um mês depois, a paciente procurou um infectologista, que confirmou uma infecção grave causada por duas bactérias: Serratia marcescens e Pseudomonas aeruginosa.
“Meu peito virou um horror”
Mesmo com o uso de antibióticos, as feridas continuaram aumentando. Ao buscar outro cirurgião, a paciente foi encaminhada com urgência a um hospital, onde precisou retirar as próteses e todo o seio esquerdo, já comprometido. “Meu peito virou um horror”, relatou, em tom de revolta e desespero.
A vítima afirma ainda que o seguro indicado pelo próprio médico não cobriu os custos dos procedimentos corretivos, o que a deixou financeiramente desamparada. Em vez de prestar assistência, o médico teria enviado uma correspondência registrada, alegando que não se responsabilizaria por seu estado de saúde porque ela teria “rompido o tratamento”.
“Essa atitude revela não apenas negligência técnica, mas desprezo absoluto pela dor humana e violação do dever médico de acompanhamento”, desabafou a mulher. Segundo ela, as sequelas deixadas pelo erro vão além do físico: “São emocionais, existenciais e financeiras. Eu carrego marcas que vão muito além das cicatrizes.”
Histórico de denúncias
A coluna Na Mira apurou que o médico Silvio Parreira da Rocha já havia sido denunciado por outras cinco mulheres em 2019, também por supostos erros médicos, conforme registros na Polícia Civil do Distrito Federal.
O cirurgião, que atua há 32 anos, possui registro ativo no Conselho Regional de Medicina e atendia em uma clínica particular em Taguatinga.
A coluna Na Mira entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina (CRM-DF), a Clínica AMMA, a PMDF e a PCDF, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações e esclarecimentos.
A reportagem entrou em contato com o médico Silvio Parreira da Rocha e aguarda retorno. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Fonte: Metrópoles






