A Secretaria Municipal de Educação (Semec) de Teresina foi alvo, na manhã desta quarta-feira (26/11), de uma operação da Polícia Federal que mira um esquema milionário de corrupção instalado na pasta durante a gestão anterior.
Batizada de Operação Mãos Limpas, a ação foi deflagrada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e cumpriu um total de 31 ordens judiciais, todas na capital piauiense.
Foram quatro prisões temporárias e 27 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens e ativos financeiros que ultrapassa os R$ 40 milhões, valor estimado do prejuízo causado aos cofres públicos. Cerca de 100 policiais federais e auditores da CGU participaram da ação.
Como funcionava o esquema
As investigações começaram em 2023, depois de denúncias que apontavam irregularidades nos contratos de terceirização de mão de obra da Semec.
Os certames sob suspeita são de 2019 e 2022, ambos ainda em vigor. De acordo com os investigadores, o grupo montou uma engrenagem de corrupção que passava pelo direcionamento de licitações, contratação de empresas de fachada, superfaturamento e até retenção indevida dos salários de trabalhadores terceirizados.
Na prática, servidores envolvidos manipulavam os contratos para beneficiar fornecedores específicos, que devolviam parte dos valores recebidos por meio de repasses ilegais.
Os recursos circulavam por contas de pessoas ligadas ao grupo, empresas sem atividade real e operadores financeiros.
Quem são os investigados
Quatro servidores públicos que integravam a gestão anterior da secretaria foram identificados como peças fundamentais do esquema.
Eles foram exonerados em meados de 2025, após as primeiras confirmações das irregularidades.
Durante a operação desta quarta, outras quatro pessoas também foram presas, estas não são ex-servidores, mas suspeitos de operar a movimentação financeira clandestina que abastecia o grupo.
A PF aponta forte indício de peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro.
Próximos passos
Além das prisões e apreensões, a Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio de contas bancárias dos investigados para impedir que o patrimônio obtido com o esquema seja dissipado.
A CGU segue analisando documentos e contratos apreendidos para identificar a extensão do dano e eventuais novos envolvidos.
Fonte: Metrópoles

