A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (28/5), a segunda fase da Operação Elísios, que investiga o assalto à aeronave pagadora no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul (RS), ocorrido em 19 de junho de 2024. O crime, praticado por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), é um dos maiores assaltos já realizados pela facção.
Mais de 200 policiais participaram da ação, que cumpriu 17 mandados de prisão preventiva, 4 de prisão temporária e 26 de busca e apreensão, além do bloqueio de ativos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
O ataque foi protagonizado por nove integrantes do PCC, que, utilizando veículos falsamente caracterizados como viaturas da Polícia Federal, acessaram a área restrita do aeródromo e, com disparos de grosso calibre, abordaram a aeronave em solo, subtraindo mais de R$ 14 milhões.
A operação resultou na prisão preventiva de 12 suspeitos, em uma prisão temporária, além do cumprimento de 12 mandados de busca e da apreensão de 26 veículos. A Justiça Federal também determinou o sequestro de 19 contas bancárias e de quatro imóveis ligados aos investigados.
Segundo a PF, criminosos faccionados de São Paulo chegaram ao Rio Grande do Sul dias antes do assalto e contaram com apoio de integrantes locais para executar as quatro etapas do crime: planejamento, execução, fuga e exfiltração.
A operação criminosa envolveu o custeio e transporte de um arsenal: fuzis, pistolas, armas de guerra, munições, explosivos, “jammers”, “miguelitos”, além de equipamentos como radiocomunicadores, roupas táticas, veículos com placas falsas e plotagem, além de hospedagens e esconderijos.
Entre os crimes atribuídos aos investigados estão: latrocínio, falsificação de símbolo, explosão, falsificação de identidade, adulteração veicular, usurpação de função pública, posse de arma de uso restrito, lavagem de dinheiro, organização criminosa com arma de fogo e embaraço à investigação. Caso condenados, as penas podem somar até 97 anos de prisão.
A PF já havia indiciado 17 pessoas pela participação no crime. Outros dois suspeitos foram mortos em confronto com policiais no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Segundo a corporação, praticamente todos os indiciados já possuem antecedentes por crimes dessa natureza.
A Operação Elísios foi assim batizada em homenagem ao sargento da Polícia Militar do Rio Grande do Sul que faleceu durante o assalto ao aeroporto. O nome faz referência aos “Campos Elísios”, local da mitologia grega onde os homens virtuosos repousam após a morte.
Fonte: Metrópoles