O delegado de classe especial Alberto Pereira Matheus Junior, alvo de mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (4/2), é investigado pela Polícia Federal por envolvimento em um esquema de corrupção relacionado ao assassinato de Vinícius Gritzbach.
Ele é conhecido por atuar em casos envolvendo o crime organizado. Em 1999, foi um dos responsáveis pela prisão do Marcola, apontado como o líder máximo do PCC.
Nos anos de 2001 e 2002, foi um dos primeiros a investigar e a indiciar por formação de quadrilha os fundadores e principais líderes da facção. Em 2015, integrou uma operação que prendeu 11 líderes do PCC em diferentes regiões do estado.
Investigação
- Segundo o MPSP, um policial preso em dezembro fazia pagamentos periódicos a Alberto.
- O nome do delegado surgiu nas investigações por meio de um dos policiais presos por extorquir o delator do PCC. De acordo com apuração do Metrópoles, foram descobertos pagamentos via Pix para a esposa e para o filho de Alberto Pereira Matheus Junior no telefone de um dos PMs presos.
- Investigadores suspeitam que esse dinheiro fazia parte de um esquema de propina cobrado para favorecer a facção criminosa dentro da polícia.
- O esquema foi revelado durante as investigações da morte de Vinícius Gritzbach, morto em novembro de 2024 no terminal de desembarque de passageiros do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
- Dias antes de morrer, Gritzbach havia feito uma delação em que apontava que profissionais da Polícia Civil – entre elas, o delegado Fabio Baena e Eduardo Monteiro – recebiam dinheiro para proteger lideranças da facção criminosa.
- Cinco policiais civis presos são apontados em denúncia do MPSP como integrantes de uma quadrilha que estaria envolvida com crimes de homicídio, lavagem de dinheiro, crimes contra a administração pública e “outros delitos de extrema gravidade”.
- São eles o delegado Fábio Baena, os investigadores-chefe Marcelo Marques de Souza e Eduardo Monteiro, o investigador Marcelo Roberto Ruggieri e o agente de telecomunicações Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho.
Alberto Pereira Matheus Junior tem 61 anos e é formado em direito. Atualmente chefe da seccional de São José dos Campos, no interior de São Paulo, recebe salário bruto mensal de R$ 30.219,43, segundo o Portal de Transparência do Estado.
O delegado ingressou na Polícia Civil de São Paulo em 1989. Em seus 36 anos de carreira, ocupou postos na Divisão de Homicídios Regional de Osasco, no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e no Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc).
Fonte: Metrópoles