ORDEM DE PRISÃO
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão do tenente-coronel Mauro Cid. A prisão ocorreu após ele prestar depoimento por uma hora, na sala de audiências do STF. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi chamado a prestar novo depoimento após a revista Veja publicar áudios em que o militar critica a atuação do magistrado e da Polícia Federal. O depoimento durou uma hora e foi presidido pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes, na presença do representante da Procuradoria-Geral da República, e da defesa do militar. A prisão foi determinada por descumprimento de cautelares impostas contra Cid e por obstrução de Justiça. Após ser comunicado da prisão, foi encaminhado ao IML para realização de exames. De acordo com a reportagem da revista Veja, Cid afirmou que foi pressionado pela PF a delatar episódios dos quais não tinha conhecimento ou “o que não aconteceram”.
DELAÇÃO
Segundo a revista Veja, o ex-ajudante afirmou, que a Procuradoria-Geral da República e Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre o militar no STF, têm uma “narrativa pronta” e estariam aguardando somente o momento certo de “prender todo mundo”. Cid fechou acordo de colaboração premiada após ter sido preso no âmbito do inquérito que apura fraudes em certificados de vacinação contra covid-19. Além do caso referente às vacinas, Cid cooperou com o inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado que teria sido elaborada no alto escalão do governo Bolsonaro. Após a divulgação da matéria da revista, a defesa de Mauro Cid, em comunicado, não negou a autenticidade dos áudios. Os advogados disseram que as falas “não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando, advindos da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e colegas de farda”.
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
E mais uma vez, o Brasil bateu recorde histórico de dengue. Os números de casos subiu para dois milhões neste ano. São 400 mil registros a mais do que todo o ano passado, que teve 1,6 milhão. Minas Gerais apresenta 34% das ocorrências, com quase 680 mil. Em seguida, São Paulo, Paraná e Distrito Federal. Desde janeiro, 682 pessoas já morreram no país por causa da doença, contra 1.100 no ano passado. Mesmo em meio à explosão de casos, a procura pela vacina tem sido baixa entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. De 1,5 milhão de doses distribuídas, apenas 30%, cerca de 435 mil, foram aplicadas. Por isso, o Ministério da Saúde decidiu, que as vacinas contra a dengue não utilizadas serão redistribuídas para municípios em situação de emergência. Até o momento, 10 estados, e 350 municípios decretaram situação de emergência para dengue.
ESTUDO
As desigualdades raciais na educação brasileira permanecem. É o que apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, divulgados na última semana. De acordo com o resultado do estudo, embora tenha havido uma diminuição de mais de 200 mil analfabetos entre 2022 e 2023, a porcentagem entre os negros é mais que o dobro da entre os brancos. Em 2023, enquanto 3,2% da população branca não sabia ler ou escrever, a taxa chegou a 7,1% entre a população negra. Além disso, o IBGE calculou que os brancos estudam em média 10,8 anos. Já entre as pessoas de cor preta ou parda, esses anos ficaram em 9,2.
DISPARIDADE
Os pesquisadores do IBGE, explicam que os jovens negros vivenciam uma maior distorção idade-série, ou seja, não frequentam a série adequada para a sua idade. “Esse jovem de 18 a 24 anos, de cor branca, quando ele está frequentando a escola, ele de modo geral está dentro do ensino superior. Ao passo que esse jovem de 18 a 24 anos de cor preta ou parda, ele tem uma frequência mais descompassada. Ele está frequentando o ensino médio, ou o fundamental, numa educação de jovens e adultos”, detalha os pesquisadores. Em números, quase 30% dos estudantes brancos nessa faixa etária estavam na graduação, no ano passado. Já a proporção entre pretos ou pardos ficou em menos de 17%. Os dados da PNAD Contínua mostram que cerca de 70% dos pretos e pardos com 18 a 24 anos deixaram os estudos sem concluir o ensino superior. Como resultado, 6,5% dos jovens brancos com essas idades já tinham um diploma em mãos, e apenas 2,9% dos pretos ou pardos tinham a mesma conquista.
CONSULTA
Um relatório digital lançado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico- (ANA) mostra a qualidade da água de reservatórios e rios do Brasil. O documento marca as celebrações do Dia Mundial da Água. É possível conferir o
levantamento e características físicas, químicas e biológicas da água em mais de 400 mil trechos de rios pelo país. Os resultados dessa análise de qualidade permitem avaliar o uso da água para diferentes fins. Qualquer cidadão pode acessar o Relatório Digital de Qualidade da Água para ver informações sobre rios, como níveis, vazões, qualidade da água, transporte de sedimentos, e sobre chuvas. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva destacou que o foco da gestão dos recursos hídricos devem estar nas populações mais vulneráveis. E que estudos científicos como o do relatório são essenciais pra orientar políticas públicas do país.
CUMPRIR METAS
Depois que o governo divulgou o bloqueio de R$ 2,9 bilhões no orçamento de 2024, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que o resultado é fruto de uma avaliação que a Receita Federal realiza periodicamente. A declaração foi dada em São Paulo, horas após a divulgação do relatório bimestral do Ministério do Planejamento e Orçamento. O documento menciona que o bloqueio superior a R$ 2 bilhões está previsto para os gastos não obrigatórios, chamados “discricionários”, no poder Executivo. O valor que vai ser represado é para que o governo consiga cumprir a meta de déficit fiscal zero e o limite de gastos previsto no novo marco fiscal, conhecido como arcabouço. Sobre a tentativa de alcançar o déficit zero, em 2024, Haddad disse que vai depender do desempenho da economia do país, mas se disse otimista.
OTIMISTA
O titular da Fazenda afirmou estimar o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país – em 2.2% e disse que especialistas estimam mais. Disse acreditar que o Banco Central vai continuar reduzindo a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, nas próximas reuniões. A arrecadação recorde dos dois primeiros meses do ano foi fundamental para que o bloqueio de R$ 2,9 bilhões não fosse maior. Em janeiro e fevereiro de 2024, a União arrecadou quase 9% a mais que no mesmo período de 2023. Em fevereiro, a arrecadação do governo passou dos R$ 186 bilhões, a maior já registrada no mês de fevereiro, em 30 anos. O valor corresponde a um aumento de 12% em relação a fevereiro do ano passado, já descontada a inflação.