E se o lixo orgânico que produzimos pudesse ser transformado em gás de cozinha, energia e biofertilizantes? Isso que alunos e professores da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) estão tornando possível através do Biogás Açaí, iniciativa que utiliza uma miniusina de biodigestão de resíduos e que demonstrará suas funcionalidades na 53ª Expofeira do Amapá.
Esses produtos do biodigestor são possíveis pois a miniusina produz biogás, gerado a partir da decomposição de matérias orgânicas feita por micro-organismos e que estão presentes no equipamento. O nome Biogás Açaí se dá por conta da presença do resíduo do produto em diferentes etapas do processo, como no alojamento dos micro-organismos e na purificação do biogás – transformá-lo em biometano, precursor para geração de energia.
O projeto faz parte do projeto de extensão coordenado pelo professor do curso de Engenharia Química da Ueap, Menyklen Penafort, e conta com a participação de alunos extensionistas, que participam do planejamento à execução do projeto, instalando e mantendo os biodigestores, além de liderarem oficinas e treinamentos para os públicos-alvo da iniciativa, como produtores rurais, restaurantes e comunidade em geral, que também estarão presente na Expofeira.
“Esse processo permite que um material que seria descartado no meio ambiente, podendo causar odores e pragas, seja reutilizado nas próprias casas ou escolas, virando gás de cozinha, energia, entre outras utilidades, reduzindo assim custos com insumos. Estamos atendendo 13 dos 17 objetivos da ODS e enquadrado nas exigências ESG. E poder está presente na Expofeira expondo esse projeto nos permite chegar diretamente a população que pode ser beneficiada”, disse o professor.
A miniusina estará presente no sítio do Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), que apoia a iniciativa e planeja criar uma central de treinamento contínuo voltada para a comunidade rural e acadêmica, focada no gerenciamento da coleta de resíduos orgânicos, geração de energias renováveis, boas práticas agrícolas sustentáveis, além de fomentar a pesquisa extensionista em um laboratório ao ar livre.
O biodigestor foi adquirido esse ano através de editais do projeto de extensão, no qual extensionistas e professores fizeram um direcionamento do sistema, procurando fornecedores que pudessem oferecer uma miniusina que atendesse as especificidades do projeto.