Gastei o meu precioso tempo para acompanhar todos os pronunciamentos e em determinado momento, por puro exercício mental, comecei a pensar que a grande reunião internacional poderia ser dividida em duas: “Cúpula dos Líderes de países que mais emitem gases de efeito estufa” e “Cúpula dos Líderes dos países que menos emitem gases de efeito estufa”, naturalmente trata-se apenas de uma digressão.
O que tive a oportunidade de testemunhar foram promessas, promessas e mais promessas. Como bom brasileiro já estou muito acostumado com promessas. No Brasil acompanhamos de dois em dois anos promessas, promessas e mais promessas de candidatos a cargos eletivos. A maioria das quais serão esquecidas por nós e pelos eleitos. Destacando que algumas promessas feitas por candidatos se devem ao fato de não terem noção do cargo que pleiteiam e por não saberem dos limites de competência. Não tenho que me desculpar porque a verdade dói.
Obviamente não abordarei a fala do Presidente Joe Biden e da Vice Kamala Harris, o discurso de ambos, que rezam pela mesma cartilha, sobre questões climáticas e a cúpula já são “arroz de festa”. O pronunciamento de três líderes me chamaram a atenção:
O Presidente da República Popular da China Xi Jinping, que na minha opinião enfrenta o maior desafio para a redução da emissão de carbono, uma vez que mais de 50% da matriz energética do país é de termoelétricas alimentadas a carvão, com uma população de 1,398 bilhões de habitantes para alimentar. Apesar dos compromissos datados confessa que o seu projeto para a substituição da fonte de energia de hoje por fontes limpas é de 45 anos.
O Presidente da Federação Russa Vladimir Vladimirovitch Putin que, além de concordar, na minha opinião em parte, com os discurso dos demais “surfou na onda” do movimento ambientalista sem se acumpliciar e mostrou os avanços de seu país na área de meio ambiente. Putin inseriu dois assuntos interessantes, elencou no rol das energias limpas a nuclear e se disse favorável ao “multilateralismo” baseado no Direito Internacional.
O Presidente da República Federativa do Brasil Jair Messias Bolsonaro que lidera um dos países do grupo com os mais baixos índices de emissão de gases de efeito estufa do planeta, apenas aproximadamente 3%, não se limitou à promessas, deu uma aula de como se deve promover o Brasil na área internacional se contrapondo à todas as divulgações maléficas. Reafirmou a sua visão da necessidade de apoio aos seres humanos e o combate ao desmatamento ilegal, complementou afirmando que o nosso orçamento é problemático e que precisamos de ajuda, bastando que os países mais ricos signatários do acordo de Paris cumpram o que foi estabelecido. A meu ver esboçou claramente um projeto para o futuro passo a passo.
Caso os países que participaram da “Cúpula dos Líderes sobre o Clima” resolvessem cumprir em conjunto, hoje, todas as promessas feitas seria o fim da civilização humana como conhecemos. O impacto seria maior do que o do asteroide que caiu na península do Iucatã no México no final do período Cretáceo e extinguiu os dinossauros, que por mais de 167 milhões de anos foram o grupo animal dominante na Terra.
Voltemos a um passado mais recente, a implantação da “Nova Era” pelo jornalista, ambientalista e político norte-americano Al Gore. Vice-presidente dos Estados Unidos durante a administração de Bill Clinton e candidato derrotado à presidência nas eleições de 2000. A União Europeia comprou o discurso do “ambientalismo goriano” e, com auxílio da ONU, o aprimorou, passando a pregá-lo e impô-lo usando a política de “ou vai ou racha”, instrumentalizada com restrições às produções de países em desenvolvimento e ao comércio internacional.
Os Ambientalistas europeus elegeram o Brasil para seus ataques prioritários, desprezando o fato que a dimensão geográfica dos 563.736.030 hectares ou dos 5.637.360 km2 destinados hoje no Brasil à proteção, à preservação e à conservação da vegetação nativa representa uma área maior do que a superfície total dos 28 países da União Europeia. E ainda caberia um adicional de 3,6 Noruegas neste total. Em 2017, a Embrapa Territorial mapeou e estimou as áreas dedicadas à proteção, à preservação e à conservação da vegetação nativa no Brasil. E se chegou, assim, a um total de 563.736.030 hectares ou 66,3 % do Brasil, informação do Dr. Evaristo Miranda.
“Ah! Europa sua linda … Europa sua linda !!!! Europa sua linda, inocente, desinteressada e bondosa! Você dividiu povos e nações, criou fronteiras artificiais que colocaram povos amigos em guerras. Escravizou milhões de africanos, dizimou milhões de indígenas, assassinou milhões de judeus, ciganos e gays. Viveu os dois últimos milênios em guerras, produzindo inclusive duas guerras mundiais. De quebra, nos brindou com o comunismo, o nazismo e o fascismo. A super civilizada Europa que matou, estuprou, explorou e roubou ouro, café, açúcar, madeira, minerais e vida agora anda preocupada. Devastou continentes e civilizações inteiras. Extinguiu milhares de espécies animais…. Não tentem nos dar lições, porque vcs europeus são o pior exemplo de destruição da humanidade!!!”, parte de um texto de Roberto Kaufman
Paralelamente lamento informar que o mundo ocidental está atrasado com as preocupações com o meio ambiente. O Brasil já se preocupa com o tema denominando de preservação da natureza há muito, a primeira lei de terras do Brasil é a Lei n. 601 de 1850 que já traz em seu bojo tal preocupação, já o primeiro Código Florestal é datado de 1934 através do Decreto 23.793/34 e, mais tarde, em 1965 através da Lei nº 4.771 que definiu de forma minuciosa os princípios necessários para proteger o meio ambiente e garantir o bem-estar da população do país, finalmente, em 2012 foi sancionado o Código Florestal vigente com a implementação sob a responsabilidade dos Estados Federados.
Ouvi o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson a se gabar que o Reino Unido foi o primeiro pais a aprovar uma legislação para emissão zero de gás carbônico. Sinto desiludir o primeiro ministro, o Brasil já possui legislação antiga sobre o assunto, não com o título altissonante de emissão de gás carbonico e sim como medidas contra poluição atmosférica. É impressionante como uma mudança na nomenclatura afeta e distorce a visão das pessoas.
A cada dia fica mais claro que na luta pelo protagonismo no mundo vale até reinventar a pólvora, contando com a má memória de grande parte da população mundial.