O que se deseja é viver sem o peso de julgamentos impessoais e pessoais e sem medo. E, em tempos de ameaças iminentes de guerra externa e instabilidades políticas internas, o ideal é formular parâmetros de um mundo individual e, ainda assim, socializar, respeitando todas as questões que borbulham, em cada hora do dia.
E sobre novidades, na oitiva ativa de explicações do Professor Leonardo Trevisan – de Relações Internacionais da ESPM, conduziu-nos ele a esclarecimentos sobre ameaça de guerra nucelar, partindo de declarações de Putin.
Outrora, em coluna anterior, antes de ouvir o nobre docente, sobre a ofensiva russa, fui acometida -só para eximir da culpa – de ato falho, projeção pessoal ou outras coisas mais e dei aos russos a essencialidade de estrategistas de guerra – nisso acertei – e de apreciadores de uísques! Sim! Dada a licença, dos russos é a Vodka e ela em nada perde ao uísque.
Naquela oportunidade, ainda, contei do espanto do ocorrido, na terça-feira, 21 de fevereiro, do corrente, que a muitos intrigou. Na ocasião, o presidente russo Vladimir Putin lançou algumas declarações contundentes, em direção ao Ocidente, no tradicional discurso anual à nação. Acusações e novas determinações e decisões da parte dele, também.
No ensejo, denotei o calibre de Putin, enquanto Chefe de Estado, ousa-se, que falta em muitos Presidentes– o que foi, de certa medida, corroborado pelo mestre Trevisan: “Putin tem a oferta do armamento nuclear como uma espécie de reserva; assim, se tudo der errado, ele usa”. Ninguém lhe nega a defesa do solo nacional.
Ao que se percebe, não houve falas em vão, “a ameaça está posta! O Pentágono tem vários estudos sobre isso”, conforme segue ensinando, “e ela só acontecerá, eficazmente, se houver um colapso das tropas russas em terra. Isso também o Pentágono considera muito improvável, porque Putin escolheu o uso maciço de tropas, diminuindo o poder tecnológico e colocando mais soldados” – disse o educador.
Desconfiava. E o nobre orientador reafirmou por algumas vezes: “Putin sabe o que está fazendo”. E, de novo, veio a corroborar com a suspeita do fator China, como fiel da balança. Lógico que o posicionamento do Presidente russo não poderia ter sido outro. Teve uma visita do Presidente americano à Ucrânia, um dia antes, reafirmando todo o apoio necessário e irrestrito à manutenção da guerra.
Naquele dito discurso, atentando à experiência de vida política e a sua dedicação à defesa das fronteiras do país, inusitado, repiso, foi o discurso vindo de um político centrado no próprio Estado, ao ponderar sobre a guerra, o tema pedofilia, o tema casamento entre homossexuais e outros. Disse ele: “ O Ocidente tem transformado a pedofilia em norma”. Seguiu o Chefe de Estado, sem hesitar:
“Olhem o que eles fazem com seus próprios povos: a destruição das famílias, das identidades culturais e nacionais, a perversão e os maus-tratos de crianças, até a pedofilia são declarados como sendo a norma (…). E os padres são obrigados a abençoar os casamentos do mesmo sexo”– revelou.
Afirmou ter sido a Ucrânia quem começou a guerrear: “Não tínhamos dúvidas que tudo estava preparado(…). Eu gostaria de repetir, eles começaram a guerra e nós usamos força para impedi-los”.
Na oportunidade, suspendeu a participação do país, no recente tratado de controle de armas assinado com os Estados Unidos: “Me vejo obrigado a anunciar hoje que a Rússia está suspendendo sua participação no tratado de armas ofensivas estratégicas”. O New START (Tratado de Redução de Armas Estratégicas) foi estabilizado pelos dois arquirrivais em 2010.
Horas depois do pronunciamento de Biden, na Polônia, ao final da tarde, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia fez uma declaração retificando o dito por Putin, ao comunicar a permanência da Rússia, no New START, até o final da vigência do acordo.
Jogo de força. Agora, subestimar a inteligência estrategista de Putin é, aí sim, insulto, contrassenso, incoerência. Porque, conforme denota o instrutor, a ameaça nuclear existe sim e ela pode acontecer independente da permanência dos russos no acordo New START.
Espanha, EUA, Alemanha, Reino Unido e outras mais, contra à cavalaria russa. Vale nota: Putin acrescentou, ainda, que não tem intenção de encerrar a guerra, após um ano.
Seria salutar a OTAN e os “simpatizantes” engolirem, com Vodka, aquela afirmação. Guerra de concessões, comentou, finalizando, o professor, em sua participação, ao jornal da Record News.
O Presidente russo, no discurso, também não economizou, em suas análises, sobre a nova cultura globalista do Ocidente: “Valores corruptos do Ocidente”.
“O Estado não deveria interferir na vida privada, mas uma família é a união entre um homem e uma mulher”- declarou sobre o Ocidente. Firme e irretratável, mesmo no embate custoso de mais de 150 bilhões de dólares, Putin não degenera.
Como disse meu irmão: “Vamos ver quem vai bater às portas dele e dar ordens, dentro da Rússia”. E é por essas e por outras que, além das Vodkas – e não uísques, das armas e das estratégias de guerra russas, sempre notáveis, o discurso de Putin merece, ao menos, repiso, aqueles 5 minutos de atenção e reflexão, como já dito.
Putin – sem medo de ser Putin
