Outubro rosa.
Rosa das rosas…
Rosa dos lírios, crisântemos, gerânios, peônias,
hortênsias, azaléas, tulipas…
Rosa da flor-de-maio e rosa da flor de outubro,
das orquídeas, violetas, portulacas, prímulas, azedinhas e begônias…
Árvores em festival de tons rosas, róseas pétalas a espalhar.
Rosa dos ipês e dos jacarandás, dos hibiscos e das cerejeiras,
da calliandra, da bougainvillea, da petúnia e da magnólia…
Ou da Rosa de Saron.
Outubro mês dos poetas, aquele necessário ser, como disse Leminski,
para que a humanidade consiga respirar…
Outubro do Prêmio Nobel de Literatura.
Em 2024, ele tem referência de róseo ser – Han Kang .
A sul-coreana da narrativa poética,
onde muito mais do que estética sobressai a mulher,
seus dramas e suas confidências em épocas nada resilientes.
Uma denúncia contundente na metáfora surpreendente da cor branca.
Sua obra, o Livro Branco, um título metafórico, espalha névoas nos ares.
Fantasmas de situações ordinárias e da fuga primária – é a mulher escondida.
Aquela que se anula ou é anulada, suprimida, desconsiderada…
Busca, então, nas palavras ou na escrita o sentido oculto, a fuga da fuga:
“Será que estaria tudo bem se eu me escondesse entre essas frases cobertas de gaze?”
Ou outubro o mês rosa das róseas “rosas do deserto”?