É o acompanhamento que fazemos da gestante a partir do momento que confirmamos a gravidez até o período de parto. Após o parto o acompanhamento passa ser puerperal e anterior a gestação temos o acompanhamento pré- concepcional, o qual também é importante para preparar a mamãe e o papai para gestação iminente. Lembramos que o acompanhamento pré-natal deve ser multiprofissional incluindo, além do médico, o enfermeiro, o psicólogo, o fisioterapeuta e o educador fisico.
2. Qual sua importância dessa assistência?
É fundamental para proporcionar a saúde da mamãe e do bebê. Afinal, é através dele que se previne, se identifica e se trata doenças ou condições que possam afetar o binômio materno-fetal. É um período essencial para preparar a mulher para a maternidade, fornecer orientações sobre hábitos, medicações, exercidos físicos, mudanças fisiológicas e orientação psicológica.
3. Qual o número ideal de consultas?
O Ministério da Saúde recomenda que sejam feitas no mínimo 6 consultas, sendo uma no primeiro trimestre, duas no segundo e três no terceiro. As consultas deverão ser mensais até 28 semanas, quinzenais entre 28-36 semanas e passando a ser semanais a partir desta data. Contudo, o número de consultas é muito individualizado, a mamãe deve procurar o seu médico assistente quando houver dúvidas ou surgimento de novos sinais ou sintomas. Ressalta-se que a relação próxima entre o médico e a paciente é fundamental para o bom andamento do pré-natal. Não há alta do pré- natal.
4. Quais os exames que devem ser realizados durante o pré-natal?
De forma geral os exames são:
Hemograma, tipagem sanguínea e fator RH, glicemia de jejum, exame de urina, PCCU, fezes, rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus e sorologias (Anti HIV, hepatites B e C e sífilis). As ultrassonografias também devem ser solicitadas de acordo com a idade gestacional. Enfatiza-se que o médico obstetra poderá solicitar outros exames de acordo com o perfil da gestante.
5. Quais a principais queixas das gestantes?
As queixas são diversas, entre elas náuseas (enjoos) e vômitos, azia, fraqueza, dores abdominais e cólicas, corrimentos vaginais, dores na mama, câimbras e dores urinárias. É importante sempre informar ao médico pré-natalista sobre a ocorrência desses sintomas, pois alguns são comuns e não trazem preocupação ao andamento da gestação, outros por sua vez, merecem maior atenção e tratamento obrigatório como infecções urinárias e hipertensão arterial (pressão alta).
6. Quais as complicações mais frequentes?
As principais são anemia ferropriva, infecções, ameaça de parto prematuro (nascimento precoce do bebê), hipertensão gestacional, diabetes (açúcar no sangue), sangramentos vaginais. Não menos importante estão as complicações psicológicas com o surgimento de sentimentos conflitantes especialmente em adolescentes (gravidez na adolescência é muito comum na nossa região).
A maioria dessas complicações são evitáveis ou identificadas e tratadas precocemente se houver um pré-natal bem conduzido.
7. Faça suas considerações finais.
A mulher assim que desejar ser mãe deve realizar uma consulta com seu obstetra de confiança para as primeiras orientações. O apoio e o engajamento familiar também são fundamentais para que essa mamãe possa passar por essa fase da melhor forma possível.
A gestação deve ser uma experiência única e enriquecedora para a gestante. Inúmeras sensações e emoções serão despertadas, por vezes dúvidas e questionamentos, contudo o amor por alguém que ainda nem nasceu se fortalecerá dia após dia e trará uma alegria sem precedentes para essa família
Convidado
Bruno Martel
-Médico Ginecologista e Obstetra. CRM-AP 1424
-Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade federal do Amapá. RQE 744
-Título de especialista em patologia do trato genital inferior pela ABPTIC
– Diretor clínico Hospital de Amor – Unidade de prevenção Macapá