O lipedema é uma condição médica crônica e progressiva que afeta o tecido adiposo de etiologia desconhecida e mal diagnosticada, mas acredita-se pelos estudos atuais que seja de influência genética, resultando em um acúmulo anormal de gordura nas pernas e, por vezes, nos braços. Essa condição é mais comum em mulheres. Muitas vezes é confundido com obesidade e linfedema (edema linfático). Contudo é uma condição diferente. A gordura do lipedema é diferente da obesidade, tende a formar nódulos no subcutâneo, além de ter um componente inflamatório importante.
Outras possiveis causas de lipedema incluem também causas metabólicas, inflamatórias e envolvimento hormonal. As manifestações iniciais do lipedema surgem frequentemente em fases de mudança hormonal (puberdade, gravidez, menopausa).
2. Qual a sua incidência?
A incidência do lipedema não é completamente clara, mas estima-se que afete entre 11% e 33% das mulheres. É menos comum em homens.
3. Quais seus sintomas?
Os sintomas do lipedema incluem inchaço doloroso das pernas, sensação de peso, contusões fáceis, pernas com forma desproporcional em relação ao resto do corpo e dor nas áreas afetadas.
Sua característica marcante é uma desproporcional distribuição de gordura corporal nas extremidades, enquanto o tronco permanece fino. Mãos e pés não estão envolvidos.
É caracterizada por ser bilateral, com excesso simétrico de tecido gorduroso principalmente nas pernas e tornozelos, associado a uma tendência de inchaço que piora ao ficar de pé.
O lipedema é classificado em cinco tipos, de acordo com as áreas dos membros que estão afetadas. Uma classificação baseada na anatomia do paciente.
4. Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico do lipedema geralmente é clínico e envolve a observação dos sintomas, histórico médico e exame físico. Às vezes, exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética, podem ser utilizados para confirmar o diagnóstico.
5. Quais as complicações?
As complicações do lipedema podem incluir agravamento dos sintomas, risco aumentado de lesões nas articulações devido ao excesso de peso nas pernas, e impacto na qualidade de vida devido à dor e limitações físicas.
6. Qual o tratamento?
O tratamento do lipedema pode envolver abordagens conservadoras, como compressão, fisioterapia, exercícios específicos e dieta equilibrada. Em casos graves, a cirurgia de lipoaspiração pode ser considerada para remover o excesso de gordura. Em estudos observacionais, descobriu-se que a lipoaspiração para a redução permanente do tecido adiposo alivia os sintomas de forma significativa, com raras complicações. Cada vez mais as técnicas de Lipoaspiração têm sido utilizadas para tratamento do Lipedema e de forma segura em Cirurgiões Plásticos habituados com a técnica. O tratamento é multidisciplinar e envolve médicos (Dermatologista, Cirurgião Vascular e Cirurgião Plástico), fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos e, até mesmo, psicólogos e terapeutas.
7. Faça suas considerações finais.
O diagnóstico do lipedema continua a ser um desafio devido à apresentação heterogênea. Em considerações finais, é importante destacar que o lipedema é uma condição crônica que requer cuidados de longo prazo. O tratamento deve ser personalizado de acordo com a gravidade dos sintomas e as necessidades de cada paciente, e é fundamental buscar orientação médica para gerenciar essa condição de forma eficaz. Converse com seu Cirurgião Plástico. O tratamento do lipedema além de trazer melhoras na funcionalidade dos membros, promove bem estar promove e autoestima.
Referências:
Kruppa P, Georgiou I, Biermann N, Prantl L, Klein-Weigel P, Ghods M. Lipedema-Pathogenesis, Diagnosis, and Treatment Options. Dtsch Arztebl Int. 2020 Jun 1;117(22-23):396-403. doi: 10.3238/arztebl.2020.0396. PMID: 32762835; PMCID: PMC7465366.
SBACVSP- Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Estado de São Paulo
Dr Aliéksei Clairefont de Andrade Mello
Cirurgião Plástico
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
CRM/AP: 833 RQE: 425