Como o próprio nome diz, a neuromodulação é uma técnica empregada com o intuito de reorganizar os caminhos (“modulação”) dos neurônios (“neuro”) e suas sinapses no sistema nervoso central. Vamos abordar aqui a neuromodulação não invasiva por estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC/ tDCS).
2- Em quais doenças a técnica pode ser aplicada?
Pode ser usada em várias doenças que acometem o sistema nervoso central, como: Depressão, dor crônica, acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo crânio encefálico (TCE), paralisia cerebral, Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), Autismo, entre outras.
3- Como se aplica?
Dois eletrodos são posicionados no couro cabeludo, nas regiões correspondentes à disfunção a ser tratada. Entre os eletrodos um polo negativo e outro positivo, gera-se uma corrente elétrica contínua ( de baixa intensidade) que estimula ou inibi a atividade dos neurotransmissores, que são substâncias responsáveis por propagar impulsos nervosos.
4-Qual o resultado esperado?
Graças a neuroplasticidade (capacidade de aprendizagem do sistema nervoso), após repetidas sessões ocorrem modificações estruturais e funcionais duradouras, determinando melhora na função tratada.
5- Já dispomos desse recurso terapêutico no nosso estado?
Desde o mês passado após realizar capacitação no estado de São Paulo, estamos realizando essa técnica no Amapá.
6- Considerações finais.
A Fonoaudiologia trata das alterações de fala, linguagem e deglutição oriundas de doenças neurológicas, sendo a aplicação da estimulação transcraniana por corrente contínua uma das ferramentas utilizadas pelo profissional. O método tem duração de 20 minutos, é indolor e não oferece riscos. Seus efeitos colaterais também são bem tolerados e de pouca duração. Na dor crônica a aplicação da neuromodulação deve ser associada a atividades aeróbicas para um melhor resultado na redução da dor. O protocolo de tratamento varia de acordo a área tratada e da necessidade de cada paciente, porém na maioria dos casos são realizadas 20 sessões (sendo 5 sessões consecutivas com intervalos de 2 dias). Posteriormente são realizadas sessões de manutenção de 2 a 3 vezes na semana. Sempre associada a terapia fonoaudiológica convencional.
Convidada
Cristiane Marquiz Barbosa Campos.
Fonoaudióloga.
CRFa 9-6748-5.
Pós graduada em Reabilitação Neurológica, Motricidade Orofacial com ênfase em Fonoaudiologia Hospitalar e Terapia Intensiva. Neuromodulação não invasiva por estimulação transcraniana por corrente contínua.
(ETCC/ tDCS).
Instagram: @neuromodulacaoap