O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. Está relacionado às baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e a homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio, pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis).
No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Rara em países desenvolvidos
Incidencia de 0,1 a 0,9/100000 habitantes na Europa,
0,5 a 0,8 nos Estados Unidos da América,
2,9 a 6,8 no Brasil,
2 a 10,5 na Índia.
Acomete entre a 5ª e 7ª décadas de vida no Amapá os índices são em torno de 10/100000 habitantes, um dos piores do mundo, próximo dos países mais pobres da África.
2. Quais os sintomas do câncer de pênis?
A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida ou úlcera persistente, ou também uma tumoração localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis. A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), pode ser uma indicação de câncer no pênis. Nestes casos, é necessário consultar um especialista. Além da tumoração no pênis, a presença de gânglios inguinais (ínguas na virilha), pode ser sinal de progressão da doença (metástase).
3. Como é feito seu diagnóstico?
Todas as lesões ou tumorações penianas, independentemente da presença de fimose (dificuldade ou incapacidade de exposição da glande, porque a pele que envolve o pênis possui um anel estreito), deverão ser avaliadas por um urologista, principalmente aquelas de evolução lenta e que não responderam aos tratamentos convencionais.
Essas lesões deverão passar por biópsia (retirada de um fragmento) para análise, quando será dado o diagnóstico final.
4. Como faço a prevenção desse câncer?
Para prevenir o câncer de pênis é necessário fazer a limpeza diária com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar às crianças desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias.
A cirurgia de fimose (quando a pele de prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro fator de prevenção. A operação é simples e rápida e não necessita de internação.
5. Qual o tratamento?
O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha). Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser oferecidas.
A cirurgia é o tratamento mais frequentemente realizado para controle local da doença. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento desse tipo de câncer e a posterior amputação do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem.
Por isso, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura. Medidas preventivas de educação, divulgação dos índices, da gravidade da doença são essenciais para reduzir os dramáticos índices de câncer peniano no nosso estado.
Convidado
Professor do curso de Medicina da Unifap.
Residência Médica em Cirurgia Geral e Urologia.
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia.
Membro da Associação Americana e Européia de Urologia.
Mestre pela Universidade Brasil São Paulo -SP.
Doutor pela EPM/Unifesp.