Criptorquidia ou criptorquia é simplesmente a ausência do testículo, uni ou bilateralmente, na bolsa escrotal. Sendo este diagnóstico realizado desde o nascimento. Certamente, é mais frequente do que a maior parte da sociedade acredita e também, devido a falta de orientação adequada, acaba sendo negligenciada. Mas para ilustrar podemos afirmar que a cada 100 crianças nascidas a termo, entre 37 e 42 semanas de gestação, 4 apresentarão criptorquidia; e a cada 100 crianças nascidas prematuras, antes das 37 semanas de gestação, 45 apresentarão criptorquidia.
2. O que fazer quando perceber?
Problemas podem ser consequências do diagnóstico tardio da criptorquidia. Dentre eles temos a infertilidade e o câncer, concentrando a maior parte das atenções e dúvidas. Hoje está bem definido que a correção cirúrgica (ORQUIDOPEXIA) deve ser realizada entre 6 e 12 meses de vida desta criança. A partir deste período os testículos não localizados na bolsa escrotal passam a sofrer alterações em sua estrutura e função, podendo levar a diminuição da taxa de fertilização e aumento na incidência de neoplasias testiculares.
3. O que os pais podem fazer para diagnosticar?
O diagnóstico é estritamente médico. Porém, é muito importante que os pais, principalmente em momentos de higiene de seus filhos, manipulem a genitália para a identificação de situação como fimose/acolamento balano-prepucial (dificuldade de exposição da glande para completa higienização) e a criptorquidia. Estes tendo a suspeição de situação anormais na genitália devem procurar assistência médica adequada.
4. Quais os exames que geralmente você pede para ajudar na sua abordagem cirúrgica?
Exames complementares como a ultrassonografia e a ressonância nuclear magnética podem e devem ser utilizados quando necessários. Procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, como a videolaparoscopia, podem atuar no auxílio diagnóstico e se possível como ferramenta para o tratamento parcial ou definitivo.
5. Faça suas considerações finais.
É importante que os pais tenham atenção a presença dos testículos na bolsa escrotal e procurem o atendimento especializado quando necessário. Para lembrar, temos situações clínicas que podem se confundir com a criptorquidia, como a ectopia testicular e o testículo retrátil. Ambas possuem tratamentos específicos.
Thiago Leal Lima
Graduação – UFPA 2002 – CRM/AP 724
Residência Médica em cirurgia geral, SESA-AP 2006 RQE 154
Residência Médica em Cirurgia Pediátrica – FSCMPA 2011 RQE 320