A boca é a porta de comunicação do indivíduo com o mundo em que vive. Desde o início de vida extra-uterina, as primeiras satisfações físicas da criança vêm pela boca, em forma de alimento e pelo choro, quando “comunica” desconforto. Sendo a boca um órgão tão fundamental, a forma como se estabelece o primeiro contato entre a criança e o cirurgião- dentista é extremamente importante.
O paciente deve ser introduzido ao ambiente odontológico ainda no primeiro ano de vida, para que a mãe receba orientação sobre higiene bucal da criança e possam ser realizadas as medidas preventivas necessárias, utilizando-se do condicionamento psicológico, principalmente por meio de técnicas do tipo falar-mostrar-fazer, nas quais os estímulos são apresentados de forma gradativa
Para uma sedação consciente ideal, o agente sedativo deve ser eficaz, ter dosagem que não altere nem modifique os sinais vitais e permita uma rápida recuperação do paciente, com uma baixa prevalência de efeitos adversos, além de, quando possível, ser administrado por uma via atraumática.
Muitas crianças chegam ao consultório com sinais de ansiedade e medo, pois para elas aquele é um ambiente novo e os integrantes lhes são desconhecidos. Para outras, a influência familiar é de grande importância, já que a ansiedade dos pais gera consequências no comportamento dos filhos durante o atendimento odontológico
O controle farmacológico dentro da odontologia pode ser feito essencialmente de três formas: administração de benzodiazepínicos, sedação com hidrato de cloral ou com óxido nitroso/ oxigênio.
Outro cuidado a ser tomado antes da indicação de qualquer tipo de sedação é a análise do risco médico de cada paciente o que é possível com uma boa anamnese retendo informações sobre a saúde clínica geral da criança.
Independente do risco médico de cada paciente, durante o tratamento odontológico com sedação deve ser feito o monitoramento dos sinais vitais, como frequência cardíaca e respiratória, pressão sanguínea, temperatura e saturação de oxigênio. O consultório deve estar preparado com um kit de emergência contendo, principalmente, máscara de oxigênio e medicamentos para reações alérgicas.
A sedação consciente é uma das várias técnicas de controle comportamental citadas na literatura que podem ser empregadas na odontologia, desde que o profissional esteja apto a indicá-la e a avaliar a relação risco/benefício para a criança.
Apesar de as técnicas e os medicamentos serem bastante seguros para crianças, o profissional e os responsáveis devem estar cientes dos riscos, vantagens e desvantagem de cada técnica.
Não há uma técnica ideal, mas sim a mais adequada para cada tipo de paciente, que deve ser determinada através de anamnese e de exame físico detalhados.
CONVIDADA:
Dra Laryssa dos Santos Pereira
Especialista em Odontopediatria
CRO AP 849