O advento é a época do ano da igreja que nos convida a debruçar a nossa esperança com os olhos da fé em Jesus. No advento é a iminência das coisas previstas que irão acontecer. O advento proclama um descortinar de beleza jamais vista. A vida que começa a ressoar é um ofertar de um banquete que emana e desse dos céus para anunciar a glória de Deus aos povos. Coma vinda de Cristo, o amor transcende toda e qualquer compreensão conhecida do que é o amor. O Advento anuncia Deus. Um Deus criador, mantenedor que não está longe das suas criaturas. Mas, um Deus que está próximo e, vendo suas criaturas machucadas no campo de batalha por causa dos seus pecados, vem para curar e fincar morada entre o seu povo. O Deus vivo, com o seu quartel general no meio do seu exército mostrando que ele assume a nossa batalha, irá a frente do seu povo. O Deus Todo-Poderoso, mas que sabe que somos fracos e precisamos de sua ajuda. Para não nos espantar ele vem como um pobre e frágil menino. Talvez, os seus inimigos pensem que este era o momento de declarar-se vencedor. Ele os escandaliza. Ele vai com seu gesto simples escandalizar ricos e poderosos, quebra nosso modo de ver as coisas para revelar que seu Reino é diferente. O advento de Cristo é um convite permanente para baixar as armas de guerra e elevar coração e mente até a presença de Deus. No Advento somos convidados a olhar para o princípio da criação, quando o ser humano vivia em paz com Deus e as demais criaturas. Agora com Cristo, Deus convida ao povo perdido e desesperado elevar as mãos aos céus e esperar na graça de Deus. Esperar na orientação de Deus.
O Salmo 25.1-3, diz que: “(1) Ó Senhor Deus, a ti dirijo a minha oração. (2) Meu Deus, eu confio em ti. Salva-me da vergonha da derrota; não deixes que os meus inimigos se alegrem com a minha desgraça. (3) Os que confiam em ti não sofrerão a vergonha da derrota, mas serão derrotados os que sem motivo se revoltam contra ti.”
Essa esperança tem fundamentação a fé das promessas, pois aponta para aquilo que Deus faz. Apontam para a riqueza e grandeza do amor de Deus que se encarnam nas palavras do próprio Deus que tem cuidado de todos os seus filhos. Diz o versículo 10 do salmo citado: “(10) Ele é fiel e com amor guia todos os que são fiéis à sua aliança e que obedecem aos seus mandamentos.” Essa fidelidade perpassa no perdão dos pecados que afasta a nossa multidão de pecados para as profundezas do Oceano de tal modo que Deus as esquece. Aquilo que Jesus realizou com a sua vinda é motivo de festejos no céu. Deus mostrando sua alegria com a sua criação, alegria tão grande que nem mesmo o terrível mal do pecado, não o fez esquecer-se de nós. Deus agindo para trazer novamente para si o pecador. Nunca pela força, mas pelo convite em amor e graça.
Mais tarde, Jeremias movido pelo próprio Deus anuncia a promessa do Redentor. E à medida que essa promessa é anunciada a esperança vai aumentado, a expectativa vai crescendo. O salvador está aí, a nossa porta. Se na época do profeta já se esperava ansiosamente a vinda do libertador, agora já não esperamos um menino, mas a cada dia começa a crescer a esperança da promessa que ainda nesta vida veremos ao Salvador. Jó, escreveu cheio de confiança no livro de Jó 19.25,27: “(25) Pois eu sei que o meu defensor vive; no fim, ele virá me defender aqui na terra. (27) Eu o verei com os meus olhos; os meus olhos o verão, e ele não será um estranho para mim. E desejo tanto que isso aconteça!”
Cabe lembrar que, a linguagem de Jó, indica ser um livro antes da era do povo de Israel, pois não faz referências as leis e modo de organização do povo. Jó parece ser segundo os estudiosos o livro mais antigo da bíblia. Ele fala da miséria do ser humano, independente da época e do tempo, mas mostra que Deus está no comando de tudo. Todavia, uma coisa é certa. A esperança de Jó está nas promessas. Que começam como uma semente lançada na terra seca, esperando para germinar, mas que na medida certa de umidade vai ser germinada, mas com o passar do tempo vai aumentado a expectativa e logo germina. Tanto é que Jeremias, isso a 600 anos antes de Cristo, na sua mensagem em meio aos sofrimentos do povo, traz um convite de Deus para que o povo não se desesperasse por causa dos seus pecados, mas se voltasse para Deus, pois estava próximo o tempo da restauração de Israel. Jeremias fala do Salvador e da sua Obra Redentora. Um Redentor que haveria de trazer paz ao povo. Diz Deus por meio de Jeremias 33.14-15: “(14) O Senhor disse ainda: — Está chegando o tempo em que vou cumprir a promessa que fiz ao povo de Israel e de Judá. (15) Nesse dia e nesse tempo, farei surgir um verdadeiro descendente de Davi, e ele fará nesta terra o que é direito e justo.”
Um Redentor que faz o certo, mesmo que todos façam o errado. E mesmo que as pessoas não o queiram ouvir, ele não mudará. Mesmo abatido por causa do cerco babilônico, Jeremias tem a função de lembrar que ainda há esperança, que Deus não esqueceu do seu povo, mas que logo brotaria a salvação, vinda do povo de Judá, e que Jerusalém seria será chamada de SENHOR, nossa Salvação. Um Salvador Justo, que faz o correto ao injustiçado. A Salvação acontece aqui na terra, mas ela veio do céu e para lá nós os que cremos vamos ir. O surgimento do Redentor é a completude de todas as promessas, aos que creem na Salvação, aos incrédulos é a completude da sua ruína, o mal não triunfa. Nunca. O mal será destruído no final. Eu vivo por esta esperança, nós vivemos por esta promessa que gera fé. A fé no que foi anunciado no passado gera vida, pois nada do que foi anunciado deixa de acontecer. A fé advinda a pregação, nos faz ver como uma miragem, isto é, já podemos ouvir as canções dos santos, aclamando ao Rei Jesus. A vida eterna, a mais poderosa promessa carimbada com sangue de divino. Um carimbo que sela a salvação pela graça e cumprimento pleno da Obra Redentora.
Como diz Pedro em 1 Pedro 1.18-21: “(18) Pois vocês sabem o preço que foi pago para livrá-los da vida inútil que herdaram dos seus antepassados. Esse preço não foi uma coisa que perde o seu valor como o ouro ou a prata. (19) Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro sem defeito nem mancha. (20) Ele foi escolhido por Deus antes da criação do mundo e foi revelado nestes últimos tempos em benefício de vocês. (21) Por meio dele vocês creem em Deus, que o ressuscitou e lhe deu glória. Assim a fé e a esperança que vocês têm estão firmadas em Deus.”
Vendo isso, o que podemos afirmar é que pela fé em Jesus já conseguimos visualizar o céu. O advento é um convite para conectarmos as promessas do Salvador nascido numa manjedoura com a Cruz do Calvário, onde o sangue derramado de Jesus sinaliza o terrível merecimento da vida do pecador, mas que Jesus derramou o seu em nosso lugar, e quão cara é uma vida ao ponto que Deus sangrou em amor a nós.
A época do Advento e Natal, não é pouca coisa não, mas é Deus tirando as escamas que encobriam os nossos olhos para vê-lo como ele é, um Deus de amor. Um Deus de graça, que olha para nós por meio de Jesus e que este olhar de Jesus nos move a testemunhar sobre o Senhor, como o único, que pode salvar. É Deus que deixa se tocar na sua forma humana. Deus que nos toca, em graça, que faz enxergarmos a fé com um olhar das promessas personificadas, onde o pecado, o mundo, as nossas fraquezas, não são páreos para a beleza da salvação que veio com o primeiro Natal e agora com a convicção que iremos ver e viver com Deus nos céus. Um deus que a cada Santa Ceia é tocado e que nos alimenta. E assim, como uma multidão de Anjos do Senhor que anunciaram o nascimento de Jesus, agora no evangelho de hoje, os Salvos pela graça já o louvando também. É a profecia de Jeremias e de todos os outros profetas tomando forma e Jerusalém sendo chamada se SENHOR, NOSSA SALVAÇÃO.
Em Jerusalém enxergamos já os que estão sendo Salvos respondendo ao amor de Deus e exaltando, diz Lucas 19.36-38: “(36) Conforme ele ia passando, o povo estendia as suas capas no caminho. (37) Quando Jesus chegou perto de Jerusalém, na descida do monte das Oliveiras, uma grande multidão de seguidores ia com ele. E eles, cheios de alegria, começaram a louvar a Deus em voz alta por tudo o que tinham visto. (38) Eles diziam: — Que Deus abençoe o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória a Deus!”
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, onde ele é aclamado como Rei, o Rei das promessas, o Rei que esperavam os profetas, os fiéis do passado, em quem nós esperamos. Agora com Jesus indo em direção a cruz na sua entrada triunfal, indo para ser o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Enxergamos que a Salvação é visível e está em Cristo somente. É a Palavra de Jesus que chamou o povo ao arrependimento, fez este povo morto espiritualmente, cego, ver a luz da Salvação transcender, para além do povo de Israel, chegou até nós. Isaias 9.2: “O povo que andava na escuridão viu uma forte luz; a luz brilhou sobre os que viviam nas trevas.”
A salvação está aí. É Jesus. Basta crer! Então, o que fazer ainda neste mundo? A reposta é: Não perca tempo, viva intensamente as promessas de Salvação, ajuda as pessoas a crescerem na fé. Por meio do teu testemunho. Ajude-as a ter esperança, esperança renovada, de que logo, o Senhor virá para a sua segunda vinda. Como diz Paulo em sua oração, ao escrever aos Tessalonicenses, em 1 Tessalonicenses 1.12-13: “Que o Senhor faça com que cresça cada vez mais o amor que vocês têm uns pelos outros e por todas as pessoas, e que esse amor se torne igual ao nosso amor por vocês! 13Desse modo Deus dará força ao coração de vocês, e vocês serão completamente dedicados a ele e estarão sem culpa na presença do nosso Deus e Pai, quando o nosso Senhor Jesus vier com todos os que são dele. Amém!”
Lembre-se: em Jesus a esperança de ver um salvador é real. E que o anúncio da palavra que gera essa confiança. E essa confiança é a confirmação de tudo quando temos crido e ensinado os outros também a crer. Então não temos mais tempo a perder com as coisas de pouco valor neste mundo. Não estou dizendo para pararmos de trabalhar. Mas, sim! Devemos viver como se hoje estivéssemos estendendo as capas para Jesus passar, na sua entrada triunfal. O rei está passando e está convidando os seus súditos para o banquete da sua graça na sua mesa celestial.
Com isso digo, vivam uma vida de santidade, de amor sincero ao próximo, de preocupação em testemunhar, sejam ansiosos para falar de Jesus, seja oportuno ou não. Fale, cante, louve exalte, pois o Rei está vindo. Que esta esperança cresça em nosso coração. Diga a todos: “— Que Deus abençoe o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória a Deus! (Lucas 19.38)”
A ESPERANÇA DO ADVENTO
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