Forças militares dos EUA interceptaram e apreenderam um navio petroleiro perto da costa da Venezuela nesta quarta-feira (10). O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou o episódio durante um evento com empresários na Casa Branca.
Não há confirmação do nome do petroleiro, a bandeira que ele ostentava ou o local exato da interceptação. Segundo Trump, ela aconteceu “por uma boa razão”.
Em um comunicado, o governo da Venezuela classificou a tomada do navio como “roubo descarado”.
O governo venezuelano afirmou que “defenderá sua soberania, seus recursos naturais e sua dignidade nacional com absoluta determinação” e que denunciará a apreensão do petroleiro perante os organismos internacionais.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em um evento nesta quarta nas ruas de Caracas, criticou o “intervencionismo” dos EUA na região, sem citar o navio.
“Da Venezuela, pedimos e exigimos o fim do intervencionismo ilegal e brutal dos Estados Unidos, basta de políticas de mudança de regime, golpes de Estado e invasões no mundo. ‘No more’ (não mais) Vietnã. ‘No more’ Somália. ‘No more’ Iraque. ‘No more’ Afeganistão. ‘No more’ Líbia. Basta de guerras eternas e imperiais”, discursou, enumerando intervenções de Washington em outros países.
Depois das declarações de ambos, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, também se pronunciou e divulgou o vídeo da operação.
Em post no X, ela esclareceu que os Estados Unidos cumpriram um mandado de apreensão porque o navio-tanque estava sendo usado para transportar petróleo sancionado da Venezuela e do Irã.
“Há vários anos, o navio-tanque está sob sanções dos Estados Unidos devido ao seu envolvimento em uma rede ilícita de transporte de petróleo que apoia organizações terroristas estrangeiras”, disse Bondi.
De acordo com a emissora americana CBS News, fontes anônimas afirmam que o petroleiro apreendido é uma embarcação chamada “The Skipper”, sancionada em 2022.
Um repórter do canal ainda afirma que o governo Trump está considerando realizar mais missões desse tipo.
O episódio ocorre em meio a um enorme reforço militar dos EUA na região do Caribe, incluindo um porta-aviões, caças e dezenas de milhares de soldados. Washington afirma que a manobra faz parte de um combate ao tráfico de drogas, mas o governo da Venezuela afirma que o objetivo final seria a derrubada de Maduro e do regime chavista.
A notícia fez o preço do petróleo subir, após iniciar o dia em baixa.
A Venezuela, um dos membros fundadores da Opep, exportou mais de 900 mil barris de petróleo por dia no mês passado, a terceira maior média mensal do ano até o momento, devido ao aumento das importações de nafta (um dos subprodutos do petróleo) pela estatal PDVSA para diluir sua produção de petróleo cru.
Mesmo com a crescente pressão sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro, Washington não havia interferido no fluxo de petróleo do país.
Trump levantou repetidamente a possibilidade de uma intervenção militar dos EUA na Venezuela.
Fonte: G1

