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A Gazeta do Amapá > Blog > Colunista > Rui Guilherme > SÓCRATES NO CABELEIREIRO
ColunistaRui Guilherme

SÓCRATES NO CABELEIREIRO

Rui Guilherme
Ultima atualização: 9 de novembro de 2020 às 19:09
Por Rui Guilherme 5 anos atrás
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Sexta de manhã em Copacabana. O mundo continua de máscaras. Dia de primavera, sol firme, brisa suave; mar derramando-se em ondas gentis, a depositar apaixonados beijos na areia; gente na praia: pouca gente, embora.

O salão integra hotel de luxo na orla de Copacabana. Lá o cronista se dispõe a cortar o cabelo e arrumar as unhas. Mal podia imaginar que, num fim de manhã de tempo perfeito e sem que tivesse degustado nem ao menos uma caldereta de chope na pressão, iria ouvir falar de Sócrates. 

O cabeleireiro é um sergipoca, ou cariopano: nascido em Sergipe, cedo arribou para o Rio, sem deixar de lembrar de sua Aracaju dos velhos tempos em que se dormia em casa com janelas abertas e portas destrancadas. Não economiza nas recordações de quando era cabeleireiro no Copacabana Palace. Foi lá que conheceu Jorge Amado.

-“Já li toda a obra de Jorge Amado. Ele e dona Zélia eram meus clientes. Eu tenho a obra completa do seu Jorge, com os exemplares autografados por ele. Que casal maravilhoso eles eram! Tão simples, tão humanos… Tive a felicidade de ser recebido por eles em Salvador. Um primo meu é curador do Museu Jorge Amado, e estou pensando em doar os exemplares autografados para o museu.”

Ao longo da prosa, Neto vai tirando livros das gavetas. Um exemplar de autoajuda, dando dicas de como conquistar e fidelizar clientela, sucedido por um robusto compêndio de Direito Administrativo. 

-“O pessoal fica falando que a praia é pública. Tá errado. Aprendi aqui, no livro de Direito Administrativo, que já li de fio a pavio” – E prossegue falando em linha de preamar, terrenos de marinha, laudêmio, área estratégica continente a dentro. Ficou meio perplexo quando falamos de bem público de uso comum e de uso especial para dizer que a praia, sim, é do povo, que nem a Praça Castro Alves, como cantam os baianos.

– “Um grande susto levei quando, uma noite dessas, ouvi um barulhão que parecia disparo de arma de fogo, seguido pelo som de vidros quebrados voando dum lado pro outro. Virgem! É um bando de bandidos arrombando minha casa! Eles já quebraram o cristal da porta” (Neto não deixa por menos: em vez de vidro comum ou blindex, suas portas são de cristal) – “e agora estão se preparando para vir fazer maldade contra mim!”

Já estava me perguntando por que ele não chamara logo a polícia quando ele me tranquilizou, dizendo:- “Mas era só o  medo. Levantei e descobri que era o vidro do tampo do fogão que tinha explodido, jogando estilhaços pela cozinha toda.” E arrematou:= “Como bom discípulo de Sócrates, aprendi a não ter medo de nada. De nada! Nem de cicuta eu teria medo!”

Propús ao Neto que filosofasse sobre o tema: não ter medo é prova de ser corajoso? E ainda joguei mais lenha na fogueira perguntando se ele achava que uma criancinha que entra na jaula da onça é corajosa ao não ter medo do bicho, ou se corajosos é o pai dela que, mesmo se  borrando de medo do felino, arrisca tudo ao entrar na jaula para salvar o filho.

Ainda estou me perguntando se a proposição do Neto está ou não embasada nos ensinamentos de Sócrates, mas logo me dei conta de que a perquirição deixava de ter qualquer importância diante da singularidade do fato de se estar abordando filosofia socrática num fim de semana primaveril em Copacabana.

De cabeleireiro em cabelereiro, meu pensamento logo voou para o Amapá, onde o povo vem sofrendo os efeitos de um apagão que bagunçou a vida de todo mundo. E logo minhas recordações me levaram ao Salão Itamaraty, na rua Leopoldo Machado, em Macapá. Lá, durante muitos anos fui atendido pelo saudoso Adriano, de cujas mãos migrei para o Chico, barbeiro que não gosta de ser chamado de cabeleireiro e que faz um leitão na graxa insuperável. Minhas unhas foram por décadas entregues aos cuidados da morena Lidiane e de sua irmã Ana Paula, a vice-morena.

Não lembro de uma única vez em Macapá em que tenham rolado conversas de salão que envolvessem sábios de Atenas. O que não faltava era papo de política local, pois o Itamaraty era frequentado por muitos figurões. Adriano às vezes nem conseguia chegar cedo no Itamaraty, convocado que fora para desbastar cabeleiras de altas autoridades, as quais tinham o privilégio de ser atendidas em domicílio. 

Adriano, Chico Barbeiro, morena e vice-morena, sempre foram figuras solícitas e simpáticas. Adriano, de todos, era o que mais se envolvia com a imprensa, com as futricas partidárias e suprapartidárias. Volta e meia estava em convescotes, conciliábulos, manobras confessáveis ou não, sempre no afã de dar apoio à vertente política de sua preferência. Levava com ele o staff, fazendo com que seus funcionários se envolvessem nos esforços do bom patrão na cata de votos aos políticos que lhes eram simpáticos.

Aquela persistência do Adriano em atuar na política fez com que deputados estaduais o convidassem para solenidades e encontros onde temas de interesse público seriam debatidos.  Um desses encontros aconteceu no Oiapoque; e para lá se foi Adriano, a bordo de um monomotor pilotado por um médico e deputado, piloto brevetado que tempos depois acabaria perdendo a vida quando seu avião despencou já em procedimento de pouso.

No Oiapoque, o encontro tinha a ver com a ponte que asseguraria a ligação do Brasil com a Guiana Francesa. Por isso mesmo, o encontro era entre autoridades diplomáticas e executivos brasileiros e franceses. A diplomacia brasileira estava representada por funcionários de carreira do Itamaraty/Ministério do Exterior.

A excitação de voar no dia seguinte com o deputado aviador e entourage para o extremo  norte do Amapá tirou o sono do Adriano, dono do Salão Itamaraty. Na hora do encontro binacional, com os discursos em português e francês, ainda que sob assistência de tradutores simultâneos, as tratativas se demoravam por muitas horas, obrigando a que se fizessem ocasionais intervalos. Após uma dessas interrupções, foram os participantes do encontro concitados a voltar para o local de reunião, com a recomposição da mesa coordenadora. E então, seja porque o Adriano já estava morto de sono e apitando de fome, caíu na esparrela do deputado voador. Ao se fazer a chamada para recomposição da mesa, chamou-se pelo sistema de som: -“Por favor, venha tomar assento na mesa diretora o representante do Itamaraty!”

O deputado cutucou o estremunhado e famélico Adriano:- “Vai lá, Adriano! Já é a segunda vez que estão chamando o representante do Itamaraty! Vai logo, pra ver se termina esse encontro e a gente possa sair para comer alguma coisa!”

Adriano era gordo e comilão. A perspectiva de poder ajudar a terminar aquelas tratativas que pareciam não ter fim logo o animou. Pulou da cadeira onde estava até ser a custo contido pela turma de Macapá que o impediu de ir representar a diplomacia brasileira na reunião binacional.

O deputado piloto morreu. Adriano, dono do Salão Itamaraty, morreu. Morreu dormindo, de ataque cardíaco. Morte invejável, aquela, que parece ser destinada à alma dos bons. Só não morre a saudade que o cronista sente dos bons tempos vividos em Macapá, dos amigos que lá deixou e dos quais agora se recorda, desejando do fundo de seu coração que logo se resolva este malsinado apagão.

Rui Guilherme 
Juiz de Direito e Escritor.

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