Não mais ouvirei tua voz nas manhãs adormecidas a despertar-me para o dia não vivido.
Foi-se, é findo, o tempo não rebobina, nem a mais linda história tão pouco uma página perdida.
Não mais verás o fino fio transparente das bobinas dos meus pensamentos a serpentear sobre as águas caudalosas dos rios fluentes rumo ao mar, em marés e contramarés – delicadeza a dispersar sementes com sabor de tinta e papel ou com o som do dedilhar de teclas Ctrl -A, Ctrl-L, além de outras tantas belas ferramentas.
Não mais verás o reflexo do meu voo nas águas diuturnamente…
Não sonharei novamente e novamente, pensando em ti tão somente, com anjos cujas asas te envolviam e te protegiam da cabeça aos pés – completamente.
Será sempre e tão somente a lembrança de algo imanente que se fez presente na compreensão do verbo presentear a imantar com amor caminhos e traços , corpos e abraços, em elos sutis de eternidade de encontro, indo do ápice até ao ocaso.
Imersão de fragilidade exposta na brevidade da vida plena de um sonho ou de um poema.
Caminhávamos juntos e nos fortalecíamos na invisibilidade da bem-querença.
Onde tu estás? Para onde vais? Onde estou?
Abençoadas as manhãs de nossas noites, raiar da Luz azul das consciências…