Outro dia já dizia, há anjos em todos os lugares, não apenas nos altares. Afinal, onde ficam os verdadeiros altares? Todavia, todavia, não há respostas unânimes. Eu diria, a luz do dia ou na escuridão da noite, que se trata de uma pergunta, uma reflexão, uma direção; pois eles, os altares, podem estar em tantos lugares; todavia, mais provável que possam estar nos olhares entremeio a silêncios e falares.
Talvez você ria… Isso é bom. Diz a sabedoria popular que rir faz bem para o corpo e para a alma. Chega de lágrimas, não as desejo a ninguém. Mas se alguém precisar chorar que chore com toda a força e liberte o coração das maldades conscientes e inconscientes que perseguem tanta gente, alguns por se sentiram culpados, outros por se sentirem inocentes.
Disse-me um anjo que o riso é o sol que brilha e aquece a terra, as lágrimas a umedecem e a alegria são as sementes que lançamos nos vales e encostas para florir e frutificar com perfumes e provisões os dias que se seguirão. Neste bailar intenso e imenso de vida e aspirações, os anjos, ora visíveis, ora invisíveis, me inspiram, acolhem e acalentam. Afinal, como o recado identificado em Asas do Desejo, o filme, há muito de humano nos anjos e muito de angelical nos humanos.
Prefiro falar de anjos e abraçar-me à esperança de um dia a Terra ser a Terra da bem-aventurança, incluindo seus habitantes de todas as latitudes e longitudes, de diferentes status, localizados em ambientes controversos, naturais ou de imersão artificial como o do metaverso.