Tragédia é uma forma de drama que se caracteriza pela sua seriedade e dignidade, pondo frequentemente em causa os deuses, o destino ou a sociedade. Suas origens são obscuras, mas é, certamente, derivada da rica poética e tradição religiosa da Grécia Antiga.
A tragédia é uma forma dramática ou peça de teatro, em geral solene, cujo fim é excitar o terror ou a piedade, baseada no percurso e no destino do protagonista ou herói, que termina, quase sempre, envolvido num acontecimento funesto.
Tragédia é sinônimo de: adversidade, calamidade, catástrofe, desgraça, fatalidade, flagelo, infortúnio, revés.
A tragédia no Rio Grande do Sul não permite ser medida em números.
Estamos apenas no começo de um evento com grandes repercussões para o futuro, e consequências que ainda mal se consegue avaliar para a prosperidade de um pedaço do Brasil.
Tragédias como a que destruiu áreas imensas do Rio Grande do Sul têm, antes de mais nada, uma dimensão humana que não se consegue descrever em números, pois não se trata simplesmente de contar mortos e quantificar perdas materiais.
Estamos apenas no começo de um evento com grandes repercussões para o futuro, e consequências que ainda mal se conseguem avaliar para a prosperidade de um pedaço do Brasil. Um pedaço que é parte também de todos nós.
O Governo estima custo de R$ 1 bi para reconstruir estradas no RS
Podemos, sim, falar de uma conta que chegará a todos, pela escassez ou aumento de preços de gêneros de primeira necessidade, pela interrupção causada a setores industriais ou de serviços que têm contribuição relevante para o PIB, pela destruição de elementos importantes de infraestrutura, que demandam grandes somas e muito tempo de reconstrução, pelos impactos que a necessária ajuda governamental ao Rio Grande do Sul terá para as contas públicas, também as contas do governo federal, cuja política fiscal será, mais uma vez, colocada sob severa pressão.
Desastres ambientais, períodos de crise e tragédias impactam diretamente a saúde mental. Alguns estudos estimam um aumento de transtornos emocionais como depressão, ansiedade e estresse em populações que passam por situações de crise.
Para a Psicologia, desastre depende da perspectiva daquele que o nomeia e do lugar que ele ocupa nessa interação com o evento. Trata-se da ruptura do funcionamento habitual de um sistema ou comunidade devido aos impactos ao bem-estar físico, social, psíquico, econômico e ambiental de uma determinada localidade.
Por isso, recomenda-se o acompanhamento psicológico para aqueles que sofrem com stress acentuado diante da ruptura de suas rotinas pessoais, familiares, comunitárias, profissionais, entre outros (GERALDI, 2009).
O impacto sofrido por indivíduos e comunidades atingidas por desastres naturais gera inúmeras respostas emocionais, as pessoas atingidas ficaram muito assustadas e com medos, algumas com sintomas de Transtorno de Estresse pós- Traumático, dificultando a reconstrução de suas vidas.
Como o corpo reage ao trauma?
Ocorre uma descarga de adrenalina no corpo e a memória do ocorrido é impressa em uma região do sistema límbico, também conhecido como cérebro emocional. As informações do trauma nem sempre são armazenadas em sua totalidade. Às vezes, partes da memória são reprimidas.
Reações físicas – circunstâncias que remetem à lembrança do trauma podem desencadear sintomas fisiológicos, incluindo sudorese, náusea e tremores. Comportamento de esquiva – evitar lugares, pessoas e atividades que trazem recordações dolorosas. A pessoa também pode ser incapaz de lembrar ou falar sobre o ocorrido.
Os impactos psicológicos de experiências vividas por conta de um desastre natural são como “feridas abertas na mente”, e como tal, precisam de tratamento. O alerta vem de um novo relatório divulgado pela Associação Americana de Psicologia intitulado “Saúde Mental e Nosso Clima em Mudança: Impactos, Implicações e Orientação”.
O Psicólogo pode ajudar a resolver perturbações da saúde psicológica/mental, como a depressão, a ansiedade, as fobias, a perturbação de pânico, as perturbações alimentares, os problemas relacionados com o stresse, os problemas nas relações com os outros, as adições ou as perturbações mentais graves.
Os desastres causam muitos danos imateriais, ou seja, de valor simbólico e emocional para as pessoas. Por isso, recomenda-se o acompanhamento psicológico para aqueles que sofrem com stress acentuado diante da ruptura de suas rotinas pessoais, familiares, comunitárias, profissionais, entre outros (GERALDI, 2009).
Muitas vezes um acontecimento pesado ou mesmo trágico, pode nos dar lições muito fortes para que mudemos nossa vida ou mesmo nossa maneira pensar e de encarar a vida e a realidade.
O desafio de aprender com as tragédias e seguir a vida
Aprender com os acontecimentos negativos ou mesmo tragédias em nossa vida é uma das melhores maneiras de crescer como pessoa, dizem os psicólogos e psiquiatras. É importante lembrar, dizem esses especialistas em saúde mental, que, em vez de somente lamentar o que aconteceu, devemos nos esforçar para usar essas experiências para aprender e até nos tornarmos melhores. Esse é o maior desafio.
Aprender com os acontecimentos significa que devemos olhar para o que aconteceu e tentar entender o que pode ser feito no futuro, para evitar que aquilo ou aquele tipo de evento aconteça novamente.
Muitas vezes um acontecimento pesado ou mesmo trágico, pode nos dar lições muito fortes para que mudemos nossa vida ou mesmo nossa maneira pensar e de encarar a vida e a realidade.
Isso significa que devemos olhar para o que aconteceu e tentar entender quais lições podemos tirar para melhorar nossa saúde, nossa vida profissional, nossa forma de trabalhar, nossos relacionamentos familiares, de amizade, nossa vida espiritual, nosso engajamento etc.
Muitas vezes podemos tirar dos acontecimentos lições que nos façam ter maior envolvimento com a comunidade, ajudar pessoas mais necessitadas, trabalhar como voluntários em ações sociais e de benemerência, deixando um pouco do nosso egoísmo e nos doando mais à sociedade.
Sei que quem foi vítima de uma tragédia, dirá que é fácil falar e escrever sobre esse tema, mas muito difícil viver e superar. As marcas ficam. As perdas quase nunca voltam. A dor permanece
Por fim, é possível concluir que a atuação do psicólogo perante às vítimas desse tipo de violência é essencial, uma vez que o mesmo possui a função de reduzir o sofrimento vivenciado por essas pessoas, procurando recuperar a autoestima, independência e personalidade, bem como buscando uma melhor qualidade de vida para essas pessoas.
Tragédia, quando somos vítimas.
